Nenhum ser humano que ainda se mantém realmente humano, deixa de se sensibilizar com o acontecido e de solidarizar com os envolvidos. Mas, é preciso ser realista. Este não é o primeiro e nem será o último evento trágico envolvendo jovens ou pessoas de outras faixas etárias. Não existe preocupação real por parte de prefeitos e demais agentes públicos na fiscalização e coerção legal, se necessário, para o cumprimento das normas de segurança e ambientais, sob pena de punições, o que é difícil no país das impunidades.
Não é segredo que eventos de pequeno, médio ou grande porte são, também, fontes de renda para campanhas políticas e, por isso, os Alvarás saem com certa facilidade, mesmo que o Corpo de Bombeiros alerte para os perigos potenciais. Quantos eventos trágicos serão necessários para que se revalorize a vida humana? Quantas mortes ainda serão necessárias para que a própria sociedade civil não se iluda com promessas momentâneas, feitas sob a pressão da mídia internacional, quando os olhos do mundo se voltam para nós?
Com o tempo e novos acontecimentos, esse também poderá facilmente cair no esquecimento intencional, como ocorreu com as vítimas do voo da TAM, ou dos mortos nos desabamentos na região serrana do Rio de Janeiro. Por fim, tudo termina em estatísticas e num jogo de empurra, quando - mais que nunca - o cidadão sente que o último baluarte das garantias constitucionais, o Poder Judiciário, se enrola em mil burocracias enquanto vivos e mortos aguardam soluções para suas causas reais.