Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

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Jan 14
- Não é uma pergunta fácil, mas o filme em questão pode ajudar. Recomendo!
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"Homens e Deuses" conta história real de massacre de monges católicos na Argélia

14/04/201112h13
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Homens e Deuses7 fotos

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Mesmo com o preconceito que sofrem, os monges decidem permanecer sob o risco de sofrerem agressões. O filme usa cartas esritas pelos monges para reconstruir os acontecimentos Leia mais Divulgação

Inspirado em fatos reais, ocorridos na Argélia em 1996, "Homens e Deuses", do diretor francês Xavier Beauvois ("O Pequeno Tenente"), sustenta a tensão da crônica de uma morte anunciada. Mas o cineasta empenha-se de tal maneira em aprofundar um perfil de seus personagens, monges católicos sitiados pelo fundamentalismo islâmico, que seu filme torna-se um libelo pela tolerância.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2010, "Homens e Deuses" detalha a vida despojada destes religiosos que, liderados pelo prior Christian de Chergé (Lambert Wilson, de "Um Plano Brilhante"), dedicam seu tempo a orações, cânticos e trabalho agrícola, numa atmosfera de silêncio e contemplação.

A atitude ascética não os impede de atender a necessidades mais urgentes da empobrecida população local, que faz diariamente enormes filas para procurar o irmão Luc (Michael Lonsdale, de "A Questão Humana"), único médico e fornecedor de remédios num raio de centenas de quilômetros na cordilheira do Atlas.

Com inteligência sutil, o filme permite que se reflita sobre essa benevolência do Ocidente diante das populações do antes chamado Terceiro Mundo - que a França, entre outros países, colonizou, instituindo um modelo de dependência e pobreza em diversas dessas ex-colônias, inclusive a Argélia. Quem verbaliza este sentimento, não por acaso, é o prefeito local, que não esconde a rejeição aos franceses, monges ou não.

TRAILER DO FILME "HOMENS E DEUSES"

Essa atitude, que encobre a cegueira do preconceito, torna-se mais incisiva na figura do coronel (Abdellah Chakiri), cujos excessos na captura dos guerrilheiros islâmicos que lutam contra o governo (uma ditadura militar islâmica) rendem críticas do monge Christian - que, por isso, é visto como simpatizante dos terroristas pelo militar.

Evitando o caminho de uma santificação maniqueísta dos religiosos, "Homens e Deuses" individualiza suas posições, tantas vezes divergentes, diante da escolha de ficar ou partir. Ressalta-se, aí, as dúvidas e o próprio medo do irmão Christophe (Olivier Rabourdin), o que se manifesta com mais veemência no sentido de abandonar seu posto. O que, afinal, opta por não fazer.

Esclarecendo esta persistência em permanecer, apesar de todos os perigos que certamente conheciam, tornando-os de algum modo suspeitos diante de todos os lados envolvidos no conflito, que estão impregnados de tudo menos de qualquer racionalidade, o filme resgata sua voz - recorrendo a cartas escritas pelos monges para recuperar os argumentos e crenças que os levaram a ficar no mosteiro até o fim, quando foram capturados e mortos pela facção Jamaat Islamyya.

Se há uma pequena falha no filme, é a de não frisar devidamente as dúvidas quanto à autoria da morte dos religiosos - que é mencionada nos letreiros finais, mas não menciona diretamente as suspeitas de que os próprios serviços secretos do governo argelino da época pudessem ter tido alguma participação no massacre. Que, por todas as lacunas da investigação, permanece sem total esclarecimento até hoje.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

 

http://cinema.uol.com.br/noticias/reuters/2011/04/14/homens-e-deuses-conta-historia-real-de-massacre-de-monges-catolicos-na-argelia.htm

publicado por animalsapiens às 21:54

25
Dez 13

Não deixa de ser interessante, para dizer o mínimo, o Papa pedir aos católicos que comemorem o Natal ... em silêncio. E como o mundo anda precisando de mais silêncio e vida contemplativa. As datas religiosas se transformaram, nessas últimas décadas, em pretextos para festas, churrascadas, bebedeiras etc.; tudo, menos celebração sagrada. As pessoas se perderam, se desgarraram dos aspectos reflexivos  e propriamente religiosos das festas tradicionais e nem a chamada Sexta-Feira Santa escapou da festança.

 

Parabéns ao Papa, por relembrar ao seu rebanho que os rumos podem e devem ser outros. A religião é suporte de vida, tem caráter pedagógico pode-se dizer; as datas comemorativas são momentos de reflexão, são consideradas sagradas pelo vínculo que estabelecem com o sagrado que anda meio sumido da vida das pessoas.

 

- Paulo S.

publicado por animalsapiens às 09:21

26
Nov 13
"Frei Betto diz que bancada evangélica se assemelha aos regimes nazista e fascista: “O Brasil está chocando o ovo da serpente” (http://noticias.gospelmais.com.br/frei-betto-bancada-evangelica-chocando-ovo-serpente-62667.html)
A bancada evangélica e seu discurso, tido como fundamentalista por muitos, foram alvos de severas críticas do teólogo e escritor frei Betto, que comparou a postura do movimento político no meio evangélico com o surgimento dos regimes nazista e fascista na Europa do século XX.

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“Estamos assistindo a certos segmentos religiosos chocarem o ovo da serpente, expressão que vem do nazismo dos anos 30, na Alemanha: depois que a coisa esquentou é que muita gente se deu conta”, afirmou.
O discurso contrário à agenda da bancada evangélica aconteceu durante o 9º Encontro Nacional Fé e Política, realizado no campus da Universidade Católica de Brasília (UCB), de acordo com informações do jornalista Roldão Arruda, do jornal O Estado de S. Paulo.
“O Estado e os partidos não devem ter religião, mas respeitar a diversidade do pluralismo religioso”, disse, manifestando preocupação com a associação de igrejas a partidos políticos: “No Brasil, determinados segmentos religiosos estão cada vez mais partidarizados. Existe no Congresso Nacional a bancada evangélica. Não tenho nada contra os evangélicos, tenho contra essa bancada”, pontuou.
Frei Betto, que no passado foi ligado ao Partido dos Trabalhadores – afastou-se do PT durante o primeiro mandato de Lula – comparou o atual momento da política ao ambiente que resultou no surgimento do fascismo na Itália: “Precisamos abrir o olho porque está sendo chocado no Brasil o poder fundamentalista de confessionalização da política. Isso vai dar no fascismo”.
Ilustrando seu argumento com a postura adotada por Jesus em seu ministério, frei Betto explicou que o ideal é que os governantes sejam oriundos do povo e semelhantes a este: “Quem governa seja como aquele que serve. Esse é o maior testemunho de Jesus. O maior ato de Jesus foi quando ele se ajoelha para lavar os pés dos seus discípulos. Isso é o poder, colocar-se a serviço”.
Há dois anos, o pastor Ricardo Gondim adotou postura semelhante ao criticar a intenção de lideranças religiosas estabelecerem uma maioria evangélica no Brasil a todo custo. Segundo o líder da Igreja Betesda, os representantes do segmento estariam à beira de invocar uma “guerra santa”.
“A esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para ‘ser do Senhor Jesus’, o Brasil tem que virar ‘crente’, com a cara dos evangélicos [...] Um Brasil evangélico significaria o triunfo do ‘american way of life’, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos [...] Deus nos livre de um Brasil ‘evangélico’”, criticou."
publicado por animalsapiens às 08:49

20
Nov 13

http://www.clubedeautores.com.br/book/154767--INTERESSANTES_CASOS_SOBRE_A_MEDIUNIDADE

 

Da 'gaveta' para o mundo virtual ! Copie e cole no seu navegador para conhecer. 

 

Paulo S.{#emotions_dlg.happy}

publicado por animalsapiens às 18:34

publicado por animalsapiens às 18:10

22
Fev 13

Chama a nossa atenção como a fé se torna um produto e uma espécie de seguro para esta e para a outra vida, pelas promessas de alguns autodenominados pastores e apóstolos, em nome de Deus, de deus, do Cristo ou de qualquer divindade que lhes apareça na cabeça, conforme interpretam a Bíblia.

 

Ao fim e ao cabo, tudo termina em 'ofertas', 'contribuições', "doações' para um deus que tudo promete, tudo resolve, tudo provê no campo das mesquinharias humanas e curta visão da vida e do mundo. A fé deixa de ser um sentimento que fortalece e encoraja nas horas difíceis; deixa de ser um canal direto com a divindade, qualquer que seja a crença da pessoa, e passa a ser uma mercadoria qualquer, a ser negociada com um deus mercador, de olho nas ofertas e contribuições.

 

O sagrado e o profano se confundem, se fundem numa só coisa. O verdadeiro deus é o deus mercado, que dita as normas de comportamento e as diversas seitas apenas as adaptam, como subsidiárias dos Bancos e instituições financeiras convencionais. O shopping center da fé está aí, para todos os gostos !!

publicado por animalsapiens às 11:21

26
Out 12

O Estado é laico, mas as pessoas não são. É o que se houve como suposto argumento definitivo para justificar a presença das religiões nas decisões políticas. Porém, é preciso se perguntar até que ponto uma bancada religiosa pode influenciar nos resultados de temas que atingem toda uma população, partindo dos valores doutrinários de uma determinada crença ou grupo de crenças. Aborto e homossexualidade são temas religiosos, médicos ou políticos? Se reduzem a temas da bioética e da filosofia? Nos parece que não! Uma sociedade se estrutura sobre valores que as leis representam, e cabe ao Estado, como instância jurídico-administrativa, zelar pelo equilíbrio dos interesses através de legislação e fiscalização adequadas.

 

O púlpito ou a tribuna, o espaço religioso e da fé, podem ser convertidos em espaços de debates políticos? De campanhas em favor disso e contra aquilo, com base nas crenças e valores de determinada religião? A religião que predominar imporá seus valores pela legislação que ajudará a construir?

 

Todos os segmentos sociais podem encaminhar suas demandas e formar grupos de pressão para levá-las a análise em ambiente próprio. Mas isso deve ser feito pelos caminhos legais criados, isto é, pelos canais partidários, movimentos e mobilizações, sem que se partidarize a religião em si. É o que vem acontecendo no Brasil e pode representar perigo crescente para as eleições futuras. Muitos candidatos já sucumbiram às pressões religiosas e se apresentam em templos e igrejas com a mesma desenvoltura que teriam em um palanque armado numa praça. Os espaços, não apenas o público e o privado, o laico e o sagrado, estão se misturando, de modo a dificultar posicionamentos que equilibrem o convívio social, sem alimentar - ainda mais -, as animosidades, ressentimentos e intolerâncias já existentes.

 

A religião, enquanto instituição e criação humana, tem sido motivo mais de desavenças do que de convergências. Convém cuidado e cautela para que o Estado, encarregado da res publica, seja capaz de - através de nossos representantes - decidir da forma mais adequada para que a vida social exista sem fraturas e zonas de conflito geradas por leis inspiradas em doutrinas religiosas que podem ser boas para uns e não para todos.

 

- por Paulo Santos

 

publicado por animalsapiens às 18:41

18
Set 12

Para quem não entende porque um filme amador que ofende o Islã e seu profeta maior, Maomé, gerou tanta reação, basta experimentar colocar Jesus no lugar e ver o que acontece no Ocidente. Referências negativas a divindades, lideranças religiosas, tradições de longa data, não poderiam gerar outra coisa que não fosse a violência, já que essas são âncoras para a vida espiritual, como também emocional e social, de muitos povos.

 

A guerra entre ocidentais e islâmicos, criada pelos angloamericanos e aliados, em seus propósitos de expansão e controle do Oriente Médio, vem gerando confusão, uma visão distorcida de uma cultura e, principalmente, reações de agressividade e violência de parte a parte.

 

Já tive alunos, jovens que jamais víram um semita na vida, menos ainda um muçulmano, terem reações emocionais extremamente negativas diante de qualquer referência ao mundo islâmico. A longa propaganda antissemita e de 'caça aos terroristas' afeta a formação psicossocial desses jovens, levando-os a não tolerarem inclusive o que não conhecem, a não ser de segunda mão, de 'ouvi dizer'.

 

Enfim, pagamos um alto preço em vidas, em incertezas e inseguranças, por conta dessas práticas medievais de perseguições por motivação mais geopolítica do que religiosa ou ideológica. A violência vai aumentar enquanto não se repensar os rumos que damos aos nossos atos diante de tudo isso, e certamente a intolerância é o combustível desse  crime de lesa-humanidade.

publicado por animalsapiens às 11:38

19
Ago 11

Sacralização da política, profanação da religião
Posted: 16/07/2011 by Antonio Ozaí da Silva in política, religião


Do ponto de vista religioso, sagrado e profano são opostos. Porém, tal oposição não ocorre de uma maneira dicotômica na qual os pólos se excluem; sagrado e profano se relacionam, se complementam. A religião diz respeito ao sagrado e sua relação com o profano é mediada pelo ritual. As instituições religiosas são responsáveis por esta mediação; é preponderantemente nelas e através e delas que os fiéis adentram no mundo sagrado. A experiência do sagrado pressupõe o culto, personagens específicos imbuídos de sacralidade, determinados lugares e tempo. No mundo moderno, as igrejas concentram estas características e se confirmam como instituições que administram os bens simbólicos religiosos, isto é, o sagrado. É no espaço e tempo destas instituições, com seus cultos específicos, pastores, sacerdotes etc., isto é, indivíduos legitimados pela instituição, que os fiéis vivenciam o sagrado.

A experiência do sagrado pressupõe a elevação do eu para além do mundo profano. Os homens e mulheres, numa mescla de terror, submissão e esperança, reconhecem no sagrado uma força superior capaz de lhes socorrer. As concepções de mundo predominantes se alimentam deste teor religioso: o sucesso e o fracasso, a bonança e as calamidades, a vida e morte, se alimentam dos fundamentos referentes ao sagrado. Este surge como o refúgio humano à realidade opressiva e miserável do mundo profano. Em sua angústia existencial, homens e mulheres buscam o conforto do sagrado e, ao mesmo tempo, o temem. Os humanos vivem simultaneamente entre o terror da punição - de arder no mármore do inferno - e a esperança de que a divindade o recompense - na terra e no céu.

A política diz respeito ao mundo profano, ao mundo comum. A modernidade afirmou categoricamente a sua autonomia diante da religião. Se no mundo medieval a religiosidade, instituições religiosas e organização política e social se confundiam, isto é, poder espiritual e poder temporal se mesclavam e determinavam os destinos dos indivíduos, a modernidade significa a possibilidade de separação entre Igreja e Estado e, neste sentido, da relativa autonomia de ambos na sociedade. A crescente secularização consolidou este processo. Contudo, à maneira da relação entre o sagrado e o profano, também a secularização não expressa uma contradição absoluta com a religião. Esta permanece forte e influente, seus preceitos morais e religiosos, bem como, o poder dos seus sacerdotes e da sua organização, não pode ser simplesmente descartados pelo poder do Estado. De certa forma, o poder espiritual também se reveste de poder temporal, na medida em que tem influência real sobre o mundo da política.

Se o mundo profano (comum) se vincula à política e as igrejas são, por excelência, os espaços de manifestação do sagrado, não há um muro intransponível entre eles. Com efeito, o mundo profano da política se reveste, em determinados casos, de sacralidade; e, por sua vez, o mundo sagrado vinculado às instituições religiosas revela, sob certas circunstâncias, manifestações profanas. Observe-se, por exemplo, como a política gera os "profetas" prenhes de carisma e, à maneira religiosa, constitui um grupo de seguidores ("discípulos"). Observemos ainda como, em determinados contextos históricos, ideologias seculares se manifestam religiosamente, com a presença de determinados "ritos" e o culto à personalidade. A razão produziu um novo crente que tem fé na ciência e também uma nova crença amparada na esperança utópica da construção do paraíso na terra - eis uma das funções principais das ideologias seculares críticas à sociedade moderna capitalista.

www.antoniozai.wordpress.com

publicado por animalsapiens às 11:38

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