'Nada é impossível mudar
Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.'
Sobre o autor: Bertolt Brecht (1898-1956), nascido em Augsburgo. Escritor e dramaturgo alemão, além de grande teórico teatral. Desde menino escrevia poesias de forte conteúdo social. Foi perseguido pelos nazistas pelo seu comunismo militante.
... transcrevo ...
'Olá 's : o tema de hoje pode ser visto de dois (ou vários) jeitos:
- uma palavra que nas redes sociais perdeu todo sentido;
- um tema até certo ponto, tabu, que lá ganha uma dimensão bizarra:
http://antijornalismo.blogspot.com.br/
"Homem, conhece-te a ti mesmo, por ti mesmo" - Dizem ser esta a frase original que constava no Oráculo de Delfos, na antiga Grécia.
"Que humanos e os outros animais convivam em paz,
que uns não tenham que servir de alimento para os outros,
Que as guerras, enfim, terminem,
E que as ruas e praças voltem a pertencer a pessoas,
Que a convivência não seja mais baseada no medo e na desconfiança,
Que o amor e a generosidade prevaleçam.
Que a beleza das flores e dos rios voltem a ser apreciados,
e o dinheiro não seja mais o metro para medir pessoas.
Que a religião e a política não sejam mais ferramentas de controle,
e que todos percam o medo de pensar e decidir por si.
Que a violência contra mulheres, idosos e crianças acabe,
e que haja mais cordialidade e menos competição entre os seres.
Que os mares, rios e lagos sejam despoluídos,
e a terra possa abrigar - igualmente - a todos,
sem donos, já que todos acabarão nos túmulos ao final da vida.
Que as cidades voltem a ser lugares de morar,
Que as escolas retornem como lugares de aprender,
Que a vida seja mais leve ..."
- por Paulo Santos
'Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.'
José Saramago
Cada vez mais frequentes, os casos de mortes durante ou em consequência de cirurgias estéticas não deixam de nos fazer pensar nos valores superficiais e rasos que norteiam a vida de muita gente. O desprezo pelo conhecimento em tempos como os nossos, com internet e tudo o mais que pode facilitar o acesso à boa informação, basta saber procurar, e isso não ocorre ... as pessoas parecem preferir a ignorância falsamente protetora.
Se a vida perdoa os simples, mas não os ingênuos, como diz a sabedoria popular, deveria haver um mínimo de bom senso em certas cabeças para que se veja que o risco não compensa. Um pouco mais de gordura aqui ou ali é, e sempre foi, coisa normal no ser humano. Então por que aventurar-se a um procedimento cirúrgico que traz riscos?
Ser, ter ou parecer? Vivemos tempos em que 'parecer' tem sido o mais importante. A preocupação com a imagem demonstra uma forte distorção nos verdadeiros valores que sustentam uma existência. O consumo desenfreado, a negação do 'outro', viver como se não fosse morrer, ter informações com a profundidade e vastidão de um pires ... Colapso civilizatório. Recomecemos!
- por Paulo S.