Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

08
Mar 13

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Dia Internacional da Mulher

by Antonio Ozaí da Silva

A filósofa Marcia Tiburi acredita que Dia Internacional da Mulher não é só um momento de comemoração, mas também de reflexão sobre a história e conquistas das mulheres.

Antonio Ozaí da Silva | 07/03/2013 às 23:23 | Categorias: feminismo, gênero, vídeos | URL: http://wp.me/pDZ7T-xV

 

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publicado por animalsapiens às 11:25

11
Ago 12

Novo post em blog do ozaí

As cartas de Rosa Luxemburgo

by Antonio Ozaí da Silva

A obra da revolucionária Rosa Luxemburgo, traduzida diretamente do alemão (por Isabel Loureiro, Mário Luiz Frungillo e Stefan Fornos Klein) e do polonês (por Bogna Thereza Pierzynski, Grazyna Maria Asenko da Costa e Pedro Leão da Costa Neto), organizada e com notas e revisão técnica de Isabel Loureiro, foi lançada pela Editora UNESP em 2011. Os Textos Escolhidos, volumes I e II, abrangem os escritos de Rosa Luxemburgo no período 1899-1914 e 1914-1919. O volume III apresenta uma coletânea de cartas de Luxemburgo, escritas antes e depois da I Guerra Mundial.

Embalado pela leitura da biografia de Rosa Luxemburgo, escrita por Elzbieta Ettinger (1989), inverti a ordem e comecei a ler pelo Volume III. O intuito foi conhecer mais profundamente a ‘outra’ Rosa Luxemburgo, o ser humano, uma mulher, nas palavras de Isabel Loureiro, “fascinante, sensível, sonhadora, profundamente ligada à vida – mas sem medo de morrer –, pronta a consolar os amigos, apaixonada pela natureza e as artes, uma intelectual sintonizada com a vida cultural do seu tempo. E também uma mulher divertida, irônica, cuja língua afiada não poupava ninguém, nem sequer a si mesma” (p. VIII-IX).

De fato, a cada carta lida confirma-se o perfil delineado pela organizadora deste volume e realiza-se o objetivo da publicação. A seleção das cartas publicadas enfatizam o caráter pessoal e revelam aspectos poucos conhecidos dessa mulher revolucionária e teórica marxista judia-polonesa-alemã:

“Estas cartas questionam o estereótipo da militante revolucionária sem direito à vida privada, unicamente dedicada a forjar um futuro melhor para a humanidade. Rosa é materialista o bastante para se jogar sem concessões na embriagues da vida, aceitando apaixonadamente alegrias e dores como parte de um mesmo conjunto. Mas, acima de tudo, somos tocados por sua vitalidade, algo que sempre chamou a atenção dos comentadores: reprimir o desejo de ser feliz não era com ela. Como Korolenko, romancista russo que traduziu na prisão, Rosa pensava que “o homem é criado para ser feliz como o pássaro para voar” (p. XI).

Na correspondência com Leo Jogiches, com Constantin (Costia) Zetkin, Paul Levi, Hans Diefenbach, Sonia (Sophie) Liebknecht, Luise Kautsky, Clara Zetkin e Mathilde Jacob, revelam a condição humana, limites e potencialidades, de uma mulher geralmente mais conhecida por seus textos clássicos e sua história de militância na social-democracia alemã-polonesa e na Internacional Socialista (II Internacional). A leitura das suas cartas nos remete ao contexto social e político da época, aos dilemas dos que persistiram nos caminhos da revolução. Mas, sobretudo, nos permite refletir sobre o humano demasiado humano dos que almejam transformar o mundo.

Com efeito, tendemos a racionalizar e considerar os textos políticos e teóricos em sua forma – a mensagem em si – e desconsideramos a vida que respira e pulsa, o ser humano concreto que pensa e sente. De certa forma, tendemos a fazer uma espécie de assepsia que anula a necessidade de compreender o ser humano que abriga as idéias e pensamentos materializados em textos, livros, etc.

A leitura das cartas de Rosa Luxemburgo é um exercício humanizador. Ainda que dirigida a outros, em muitos momentos parece que ela os fala diretamente. Os contextos históricos são diferentes, mas os sentimentos humanos permanecem inalteráveis. Ler Rosa Luxemburgo é também uma maneira de tentar compreender a existência humana, a complexidade e o significado mais profundo de ser-no-mundo!

 

Referência

ETTINGER, Elzbieta. Rosa Luxemburgo – Uma vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1989.


*  Resenha:  LOUREIRO, Isabel. (Org.) Rosa Luxemburgo: Cartas – Volumes III. São Paulo: Editora UNESP, 2011 (398 p.). Publicada originalmente na REA, nº 135, agosto de 2012, disponível em http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/18163/9580

 

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publicado por animalsapiens às 22:32

09
Mar 12
publicado por animalsapiens às 12:54

09 Março 2012

2011 em Tete: 23 homens mortos pelas mulheres

No "Diário de Moçambique" digital: "Vinte e três homens morreram por agressão com recurso a piladores e paus, entre outros instrumentos contundentes, protagonizada pelas suas próprias esposas durante o ano passado, na província de Tete. Este tipo de violência doméstica, que se considera um fenómeno novo, já preocupa a Direcção da Mulher e da Acção Social, de acordo com a respectiva chefe, Páscoa Sumbana Ferrão. (...) ela considerou que se trata de uma revolta que as mulheres estão a fazer, quando saturadas de violência doméstica em que elas são as principais vítimas."Aqui.
Observação: talvez um dia arranje tempo para estudar - usando os termos de Páscoa Ferrão - esta revolta feminina.
Adenda às 7:01: Mulheres que matam - universo imaginário do crime no feminino - um livro que adquiri em 2009 na cidade brasileira de Fortaleza e cuja referência neste diário se encontra aqui.


Read more: http://www.oficinadesociologia.blogspot.com/

publicado por animalsapiens às 12:04

08
Mar 12

Todos os dias são dias masculinos e femininos, mas é justo que haja um dia dedicado a relembrar o episódio que levou à morte 129 mulheres, fechadas num barracão em uma fábrica de Nova York, em 1857, pelo simples fato de reclamarem melhores condições de trabalho. Foram trancadas lá dentro e atearam fogo, matando-as.

 

Mas a violência contra a mulher perdura, com escassos avanços e muitas mentiras, inclusive a da emancipação. Estão emancipadas para trabalhar mais ganhando menos, e gastando mais (consumindo) nesse sistema que vive do lucro e do engodo, além de terem seus corpos mercantilizados pelos novos mercadores de escravas e, muitas vezes, usadas como isca para vender produtos.

publicado por animalsapiens às 10:56

14
Fev 12

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eloá Pimentel, um crime de gênero

Por Maíra Kubik Mano, no blog Território de Maíra:

Sabe qual é uma das maneiras de evitar os crimes de gênero? Nomear aqueles que já ocorreram como um exemplo do que não deve se repetir.

Eloá Cristina Pimentel foi assassinada pelo ex-namorado em 2008. Ele não admitia o fim do relacionamento e ela morreu simplesmente porque era mulher.

Uma pesquisa realizada pelo Ibope há alguns anos dava conta que a principal preocupação das brasileiras era a violência, dentro e fora de casa. Ou seja, habitação, mercado de trabalho e custo de vida passaram longe do topo das estatísticas.

Pudera: a cada 2 minutos, 5 mulheres são agredidas no Brasil. Segundo o DataSenado, a maioria dos agressores, 87%, é o atual ou um antigo marido/namorado.



Com Eloá não foi diferente. (Talvez apenas pela cobertura midiática 24 horas por dia, exaustiva e muitas vezes sensacionalista).

O motivo? Talvez ciúme. Segundo uma das definições do Aurélio, trata-se de um “sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade fazem nascer em alguém”. Parece até poético, não?

Porém, na maioria das vezes, o lirismo passa longe daqueles apaixonados que estão atormentados pelo sentimento de posse. Em situações extremas, leva até mesmo à morte. Talvez por isso, as outras duas explicações do dicionário para “ciúme” sejam “emulação, competição, rivalidade” e “despeito invejoso; inveja”.

E não tem nada de romântico nisso. É funesto.

Eloá, Eliza Samudio e Mércia Nakashima foram crimes de gênero. Eles decorrem da noção de que a mulher é propriedade do homem e que, portanto, pode ser tratada como seu dono bem entender. Esfaqueada, afogada, estrangulada, metralhada.

No entanto, o que a mídia demonstra em sua cobertura – à época e atualmente, durante o julgamento – é uma total e absoluta descontextualização da situação vivida pelas mulheres. Tratam o caso como algo único, isolado do resto da sociedade, o que não é verdade.

É preciso dar nome aos bois, como diz o ditado.

 

 

 

publicado por animalsapiens às 09:51

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