Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

31
Out 13


“O folhetinista deve cercar-se de técnicas para envolver o leitor fazendo com que o fim de uma história/capítulo provoque o desejo seguinte.” (Alexandre Dumas apud Gramsci)

Fonte(s):

publicado por animalsapiens às 19:25

21
Abr 13

"A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação - porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada." Riobaldo, no Grande Sertão: Veredas - JG Rosa

publicado por animalsapiens às 11:49

05
Abr 13

Caro leitor ou leitora! Conhece aquela literatura utilitarista tipicamente estadunidense que tenta 'ensinar' coisas do tipo 'fique rico em 8 lições', 'emagreça em 6 lições', 'como influenciar pessoas', 'seja um líder em 10 lições' ... e por aí afora? Acho a maior graça! A vida real é mais complicada,  mas isso aí vende bem e as editoras agradecem pela existência dos ingênuos.

 

Claro que existem exceções! Poucas, mas existem. Alguns livros para 'sucesso instantâneo', para coisas que supostamente podem ser conseguidas sem esforço, para resultados imediatos em aspectos da existência para os quais se leva uma ou duas vidas ... Mas eles, os livros, estão por aí e são lidos e levados a sério. Tempos estranhos esses ... No passado se levava anos para se formar alguém em algo que valesse a pena, e agora se tenta criar soluções mágicas ou entendidos em tudo, em ritmo fabril e febril! Estilo miojo de ser! Já vem pré-cozido!

 

Mas um bom observador da vida sabe que a realidade não funciona bem assim. O que fácil vem, fácil vai. Conquistas duradouras exigem determinação e disciplina, método e meta, conhecimento ... tanto no amor quanto na guerra! E mesmo assim é possível errar, mesmo tendo tomado todas as decisões certas!

 

 

- por Paulo Santos

publicado por animalsapiens às 11:45

12
Dez 12

"Quim olhava os pés dela, não humilde mas melódico. Mas o amor assim pertencia a outra espécie de fenômenos? Seu amor e as matérias intermediárias. O mundo do rio não é o mundo da ponte". - Do conto Orientação, em Tutaméia.

publicado por animalsapiens às 09:21

07
Dez 12

"A vida são dívidas. A vida são coisas muito compridas." - Tutaméia / J. G. Rosa

publicado por animalsapiens às 09:43

22
Nov 12

"Amar é querer se unir a uma pessoa futura, única, a mesma do passado?" - G. Rosa / Tutaméia

publicado por animalsapiens às 09:56

05
Nov 12

Resenha: Memorial do Desterro 

Ana Claudia Vargas
“A noção do tempo a escoar no próprio tempo, quando todos os dias começam no mesmo dia que nunca acaba” . (Lazaro Barreto)



 
Foto: Paulo Santos


Como seria contar a história de um lugar a partir das vivências das pessoas desse lugar? Como seria recriar o infindável mosaico de memórias e histórias que compõem a vida de todos nós?
Enquanto vivemos nosso dia-a-dia, não temos como pensar que estamos construindo histórias que depois poderão servir para formar o intrincado quebra cabeças de toda uma época.
Pois agora imagine um livro que conte a ‘história’ de um lugar a partir da vivência dos anônimos, daqueles que são a maioria, daqueles trabalham e constroem suas vidas anonimamente e que nunca terão seus nomes escritos nas pomposas letras dos livros que analisam o passado ‘de cima para baixo’.
Em tempos de celebridades instantâneas, do ficar famoso sem nenhum esforço ou mérito, de mediocridade ululante – parodiando o Nelson Rodrigues – encontrar um livro despretensioso (mas não superficial, muito pelo contrário) que narra a história de um lugar a partir das pessoas simples – seus afazeres, suas sabedorias, tristezas e alegrias -  é realmente um achado.
Um achado precioso: é assim esse livro “Memorial do Desterro”, do escritor mineiro Lázaro Barreto.
É dele que vou falar hoje na sessão Geraes de Minas porque a proposta aqui é também a de resenhar livros pouco conhecidos sobre a história das Minas Gerais.
O livro


O autor do prefácio Frei Bernardino Leers , de forma exata, escreve: “Muito livro de história é macro-história, virtudes e defeitos (...) de governantes, generais e nações (...). São como fotografias coloridas a distância, de panoramas grandiosos em que os detalhes desaparecem entre os bastidores gigantescos das montanhas e vales (...)”.
Pois nesse Memorial, o autor ilumina as reentrâncias dos vales e montanhas que contornam a região do Desterro – hoje o antigo arraial se chama Marilândia – e assim, revela as muitas histórias das famílias locais e de suas descendências; de lugarejos próximos que já mudaram de nome ou nem existem mais - mas  aqui, é bom lembrar, eles estão fervilhando de vida – das tantas pessoas que ‘coloriam’ esses lugarejos.
Os capítulos, que tem nomes como ‘Os Clãs e os Feudos”; “Uma Família”; “A Religiosidade Popular”; “A Geografia Humana” entre outros,  fazem com que nos sintamos íntimos das pessoas ali apresentadas. É como se entrássemos na casa de cada uma delas,  nas velhas fazendas nas quais moravam  e ouvíssemos  estórias contadas pelos tropeiros que paravam por ali de tempos em tempos, as rezas  e as serestas, e quase podemos ouvir também o rumorejo dos riachos e o barulho do vento nas árvores.
Mas o que torna este  livrinho deveras especial é o fato de o autor escrever contos carregados de poesia e lirismo para tornar o conteúdo mais leve e ainda mais interessante. 
Com nomes como “Dias, meses e anos”, “As partes verdes do sábado” ou “A natureza morta”; ele nos apresenta a história do Desterro por meio de personagens como o Zé Juca e o Tiãzinho, a Maria Euzébia e o João Gaiato; cada um deles talhado na sabedoria e na singeleza do povo do interior de Minas.
“Carradas de meses e dias, anos a perder de vista, vividos nos mínimos momentos da vigília que vai e volta à lucidez e ao sono, sempre ali, sentada no banco tosco de pedra, do lado de fora do casarão, à sombra das magnólias, a cabecear, a fitar nesgas da rua, a mascar o fumo de rolo temperado na cinza do borralho”. 
É assim que começa o conto “Dias, Meses e Anos”, numa arquitetura literária que me lembrou Autran Dourado no seu “Uma vida em segredo”.
Tem ainda a história do Zefolha, das irmãs Morais e de muitos outros personagens que o autor inventou para tornar ainda mais vívidas e quase reais, as histórias das muitas gentes que trabalharam, andaram pelos sertões, carpiram e plantaram, tiveram filhos e os batizaram, ergueram capelas e igrejas, enterraram parentes, fizeram folguedos e acreditaram em assombrações e capetas.
Assim  é este “Memorial do Desterro”, uma viagem no mínimo, diferente,  pela memória de um lugarejo que ainda existe e resiste  ali para os lados de Claudio e Divinópolis, um lugar como tantos outros dessa Minas Gerais e que, como tantos outros, tem particularidades que foram muito bem resgatadas por meio da pesquisa aprofundada e da escrita cuidadosa de Lazaro Barreto.
“No jogo histórico da evolução e do declínio do arraial do Desterro, o autor recupera o movimento humano da região pelos nomes de pessoas, famílias, localidades e fazendas, tropeiros, viajantes, (...) seresteiros, rezadeiras (...). O memorial do Desterro cria a lembrança viva de um lugar no sertão em que tanta gente nasceu, brincou, trabalhou, sofreu, casou, criou família (...)”:  pois faço minhas as palavras do autor do prefácio. 
Neste o Memorial do Desterro uma parte do sertão mineiro ainda vive e continuará a viver por muito, muito  tempo.
Livro:  Memorial do Desterro
Autor:  Lázaro Barreto
Editado pela Diocese de Divinópolis
158 páginas - 1995
O autor mantém esse blog http://lazarobarreto.blogspot.com.br/ no qual mostra outras facetas além dessa de escritor.
* Transcopiado de www.antijornalismo.blogspot.com.br
publicado por animalsapiens às 20:32

23
Out 12

"O mal está apenas guardando lugar para o bem. O mundo supura é só a olhos impuros. Deus está fazendo coisas fabulosas. Para onde nos atrai o azul? - calei-me. Estava-se na teoria da alma." (Guimarães Rosa, em Tutaméia)

publicado por animalsapiens às 11:26

18
Out 12

"Se Auschwitz existiu, Deus não existe"; essa certamente é a mais melancólica e desesperadora frase do livro que virou filme: A Trégua, do escritor italiano Primo Levi (Turim, 31 de julho de 1919 — Turim, 11 de abril de 1987), um dos sobreviventes desse campo de concentração, conservado como história-memória de coisas que não deveriam mais acontecer. Mas acontecem! Ainda temos a Faixa de Gaza e outras regiões no mundo que são mais ou menos como campos de concentração, de refugiados, tal como as comunidades pobres chamadas de 'favelas', quase sempre associadas, equivocadamente, a locais de criminalidade e narcotráfico. 

 

Mas, e os presídios brasileiros, sempre superlotados? E as escolas, um tanto como centros de confinamento, onde os alunos são tratados como códigos de barras? E certos hospitais com gente deitada pelo chão ou em macas improvisadas? Se lá houve a industrialização da morte, hoje vemos a banalização da morte e da própria vida. E o que virá depois? Quando haverá tempo e interesse reais pela tolerância, solidariedade e para a compaixão?

 

publicado por animalsapiens às 12:00

09
Out 12

'Só sei que há mistérios demais, em torno dos livros e de quem os lê e de quem os escreve; mas convindo principalmente a uns e outros a humildade. A fazedora de velas, queira Deus o acabe algum dia, quando conseguir vencer um pouco mais em mim o medo miúdo da morte, etc. Às vezes, quase sempre, um livro é maior que a gente.'

 

Guimarães Rosa, Tutaméia. Sobre a escova e a dúvida.

publicado por animalsapiens às 12:44

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