Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

06
Dez 13

Mandela – Na lembrança por quanto tempo?

 

                                                     Paulo R. Santos*

 

Viveu muito e viveu bem. Uma existência de 1918 a 2013 é suficiente para deixar todos os bons exemplos possíveis e, certamente, alguns erros também fazem parte da trajetória desse grande homem. Isso faz dele mais próximo e dificulta a 'santificação' indevida. O que importa é que Nelson Mandela fez e fez bem feito em sua conjuntura, em seu contexto de vida, em suas possibilidades.

 

Homens assim estão se tornando raros. O número de celebridades aumenta enormente já que rendem um bom dinheiro e podem ser substituídas facilmente, mas heróis não são produzidos em escala fordista. O pensador estadunidense do século XIX, Ralfph Emerson, certamente o colocaria entre seus “Homens Representativos”.

 

Pena que superados os primeiros momentos de comoção coletiva, com algum tempo o esquecimento chegará sem sombra de dúvida. Vivemos tempos de mercantilização, de comercialismo desenfreado, e tudo que não rende algum tende a cair rapidamente no esquecimento. Claro! Ele será respeitado sempre que lembrado, mas não estará sempre na pauta das referências.

 

Homenagens pelo mundo, escolas com seu nome, mas principalmente a exploração hipócrita por parte de governantes que querem colar sua imagem à dele, mesmo sem nenhuma semelhança nos pensamentos e, principalmente, nas atitudes. Mas, quem se importa? Filmes, livros, documentários etc., numa associação de merecida homenagem e exploração comercial de um nome respeitável.

 

Enfim, são os sinais de tempos de declínio civilizatório, onde em meio à barbárie se vislumbra uma luz que servirá de alento para muitos que buscam uma referência mais segura para atuação política não violenta, até onde é possível.

 

*Sociólogo, articulista.

 

 

publicado por animalsapiens às 11:18

Um dos raros herdeiros do pensamento e práticas de Gandhi, Mandela deixa um legado que não representa necessariamente uma vitória completa contra o apartheid. Comportamentos sociais não mudam tão rapidamente, mas a roda está girando e tanto muda na África do Sul quanto influencia no restante do mundo. O efeito inspirador percorre o planeta, criando condições de mudanças na conduta das pessoas.

 

Ainda assim, a cor da pele, a língua, a religião, costumes etc. continuam distanciando pessoas e gerando violências. Principalmente o fundamentalismo religioso é uma ameaça constante. A incapacidade de ver na diversidade religiosa uma forma de riqueza tem levado às práticas que vemos pelo mundo.

 

Pena que em duas ou três semanas o 'efeito Mandela' terá passado e alguma outra notícia de menor relevância estará no topo da mídia, pois o que interessa é o show, a sociedade como espetáculo, a superficialidade, para satisfazer o homem light que deixa de aprender com um Mandela e segue outras celebridades menores.

 

- Paulo S.

publicado por animalsapiens às 09:34

15
Nov 13

Convenhamos, deixemos o ufanismo e as patriotadas à parte e reconheçamos que o 15.11.1889 nada trouxe de novo para melhor. É a data de um dos golpes civis-militares que permeiam a história de nosso país, quando um monarca se retira apático e em silêncio para a França, e um grupo de políticos-militares assumem o poder diante de um povo abobalhado que não entendia nada do que estava acontecendo.

 

Assim nasceu a República Federativa (antes, dos Estados Unidos) do Brasil.

 

De lá para cá, uma sequência de pequenos e grandes golpes; gerais ou localizados, mas criando-se uma história em que a elite insiste em manter o povo alheio e alienado das questões cruciais do país. Sempre a repressão violenta, sempre a preocupação com o extermínio ...

 

Apesar de tudo, a Guerra de Canudos e a Revolta da Armada são exemplos de que sempre tivemos uma parcela da população viva até o momento em que reagia. Nos acostumamos ao extermínio, às mortes em quantidade ... tudo vai parecendo muito normal. Vamos fechar 2013 com mais de 50 mil homicídios e muitas promessas.

 

- Paulo Santos

publicado por animalsapiens às 11:05

03
Nov 13

Uma imagem definitiva

publicado por animalsapiens às 09:33

17
Out 13

Não me parece de todo impróprio estabelecer um paralelo histórico entre as Cruzadas medievais, promovidas então pela França, Inglaterra e outros países e condados, tendo a Igreja por trás, e o que hoje ocorre. O objetivo é o mesmo: uma ofensiva destruidora sobre o mundo islâmico, mesmo que as razões tenham se ampliado.

 

As espirais da história ...

 

- por Paulo Santos

publicado por animalsapiens às 10:41

01
Out 13

"Homem, conhece-te a ti mesmo, por ti mesmo" - Dizem ser esta a frase original que constava no Oráculo de Delfos, na antiga Grécia.

publicado por animalsapiens às 11:45

07
Set 13

Pesquisando algo na internet esbarrei nessa carta, ditada pela imperatriz Leopoldina por motivo de doença. Consta que a sétima gravidez associada a agressões do marido, D. Pedro I, causaram-lhe a morte aos 29 anos. Fato curioso é que ela era regente na data da proclamação na nossa independência. O Decreto de separação de Portugal foi assinado por ela em 02 de setembro de 1822, e D. Pedro entrou para a história depois de receber cartas e documentos comunicando o fato, em 07 de setembro. Ela era cunhada de Napoleão Bonaparte. ... Coisas que não se ensinam nas escolas brasileiras ...


Paulo S.
..............................[...]

 

A imperatriz, que há meses encontrava-se em grave processo de depressão e em adiantado processo de gravidez, teve a saúde profundamente abalada. Em sua última carta à irmã Maria Luísa, ditada à marquesa de Aguiar, menciona um "terrível atentado" que sofrera pelas mãos de seu marido na presença da amante:

São Cristóvão, 8 de dezembro de 1826, às 4 horas da manhã

Minha adorada mana!

Reduzida ao mais deplorável estado de saúde e tendo chegado ao último ponto de minha vida em meio dos maiores sofrimentos, terei também a desgraça de não poder eu mesma explicar-te todos aqueles sentimentos que há tanto tempo existiam impressos na minha alma. Minha mana! Não tornarei a vê-la! Não poderei outra vez repetir que te amava, que te adorava! Pois, já que não posso ter esta tão inocente satisfação igual a outras muitas que não me são permitidas, ouve o grito de uma vítima que de tu reclama - não vingança - mas piedade, e socorro do fraternal afeto para meus inocentes filhos, que orfãos vão ficar, em poder de si mesmos ou das pessoas que foram autores das minhas desgraças, reduzindo-me ao estado em que me acho, de ser obrigada a servir-me de intérprete para fazer chegar até tu os últimos rogos da minha aflita alma. A Marquesa de Aguiar, de quem bem conheceis o zelo e o amor verdadeiro que por mim tem, como repetidas vezes te escrevi, essa única amiga que tenho é quem lhe escreve em meu lugar.

Há quase quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado da maior escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro. Ultimamente, acabou de dar-me a última prova de seu total esquecimento a meu respeito, maltratando-me na presença daquela mesma que é a causa de todas as minhas desgraças. Muito e muito tinha a dizer-te, mas faltam-me forças para me lembrar de tão horroroso atentado que será sem dúvida a causa da minha morte. Cadolino, que por ti me foi recomendado, e que me tem dado todas as provas da maior subordinação e fidelidade, é quem fica encarregado de entregar-te a presente, e declarar-te o que por muitos motivos não posso confiar a este papel. Tendo ele todas as informações que são precisas sobre este artigo, nada mais tenho a acrescentar, confiando inteiramente na sua probidade, honra e fidelidade.

Faltaria ao meu dever se, além de ter declarado ao Marechal e a Cadolino que tenho dívidas contratadas (ou contraídas?) para sustentar os pobres, que de mim reclamarão algum socorro, e para as minhas despesas particulares, não dissesse a ti que o Flach, de quem tenho muitas vezes escrito, é digno de toda tua consideração e de meu Augusto Pai, a quem peço-te remeter a inclusa.

Este virtuoso amigo, além de ter se sacrificado e comprometido a si mesmo e seus negócios para me servir, não desprezou meio algum para me procurar socorros. Peço-te por quanto tens de mais sagrado de lhe prestares todo o auxílio, de modo que ele possa satisfazer aquelas dívidas que por mim tem contraído. Recomendo este exemplo da mais virtuosa amizade. Cadolino te dirá qual foi o procedimento de Marechal para comigo. A Marquesa de Aguiar fica encarregada de dar a ti os mais miúdos detalhes sobre quanto diz respeito às minhas queridas filhas. Ah, minhas queridas filhas! Que será delas depois da minha morte? É a ela que entreguei a sua educação até que o meu Pedro, o meu querido Pedro não disponha o contrário. Adeus minha adorada mana.

Permita o Ente Supremo que eu possa escrever-te ainda outra vez, pois que será o final do meu restabelecimento.

L. S. B. Marquesa de Aguiar Escrevi.
[...]

Fonte: Wikipédia


publicado por animalsapiens às 13:06

08
Mar 13

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Novo post em blog do ozaí

Dia Internacional da Mulher

by Antonio Ozaí da Silva

A filósofa Marcia Tiburi acredita que Dia Internacional da Mulher não é só um momento de comemoração, mas também de reflexão sobre a história e conquistas das mulheres.

Antonio Ozaí da Silva | 07/03/2013 às 23:23 | Categorias: feminismo, gênero, vídeos | URL: http://wp.me/pDZ7T-xV

 

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publicado por animalsapiens às 11:25

05
Fev 13

Geraes de Minas

   Confidências entre inconfidentes

Paulo R. Santos*
                                                                                 
 
Ouro Preto: possivelmente, o cenário dessa conversa tão sigilosa quanto reveladora...
(Foto: Dani Vargas)



                              
Lá pelos idos de novembro de 1788, um diálogo dessa natureza pode ter ocorrido diante dos acontecimentos que se precipitavam na Capitania das Minas Gerais:
- O senhor bem sabe dos riscos que todos os envolvidos correm? Vossa Mercê tem ciência de que nem os irmãos maçons poderão livrar todas as cabeças da forca se houver delação?
- Sim, meu caro capitão! Há entre nós os verdadeiros idealistas, mas não somos ingênuos ao ponto de não suspeitar da existência de infiltrados no movimento. Já sabemos de espiões franceses, holandeses e ingleses acompanhando tudo, à espreita de oportunidades de atenderem aos interesses de seus países.
- E nada será feito, Dr. Tomaz? Sabemos que o povo se levantará se for declarada a Derrama (cobrança compulsória dos impostos atrasados na Capitania), mas há quem desconfie dos portugueses e dos grandes devedores envolvidos no movimento. Será que se o cerco  apertar poderemos contar com o Silvério, com o Pamplona, com o Maniti e o Malheiros? Cada um tem interesses próprios, dá para perceber nas reuniões !
- Quanto a isso, penso eu, nada podemos fazer caro capitão, a não ser com a vigilância dos demais sobre eles e com o silêncio até o ‘dia do batizado’ (senha combinada para o início do levante, isto é, quando o governador da Capitania desse a ordem final para a cobrança da Derrama). Mas não me agrada a falação aberta do Tiradentes sobre o levante, conclamando Deus e o mundo para a luta armada que se seguirá. Ele está a por o baraço no próprio pescoço e no pescoço dos demais envolvidos!
- Ele é um entusiasta, doutor, eu o conheço bem! Não vai ficar calado nem que o amarrem. Mas o senhor tem razão quanto à prudência nesses casos. Poucas vezes saí das Gerais, mas sei do que ocorreu nas ex-colônias inglesas na América do Norte e o que está a acontecer na França. A coroa portuguesa não terá misericórdia se o levante daqui for descoberto! Vai fazer dele um exemplo para as demais capitanias e colônias ! Eu não confio no Pamplona nem no Malheiros.
- Há que se vigiar, capitão. Os geralistas (gentílico anterior a mineiro), porque nasceram nessas terras, têm com ela um vínculo natural e profundo. Muitos ainda falam somente o nhengatu (língua criada pelos padres jesuítas - mistura de português e tupi -, e que foi muito usada como língua geral até a vinda da Corte para o Brasil). Raízes que pretendem manter para seus descendentes. Eu mesmo não nasci na colônia, mas a amo mais que a Portugal ...
- Mesmo entre os geralistas há os que vacilam. Muitos sabem da guerra dos emboadas, da insurreição de Felipe dos Santos e do morro da queimada, do morticínio dos índios e da perseguição aos quilombolas, principalmente do fim do quilombo do Campo Grande. Há medo no ar e cheiro de morte, Dr. Tomaz. Muitos se preocupam com suas famílias, parentes e amigos, filhos e filhas, mães ...
- Já combinamos negar tudo, capitão, caso haja delação da conjura. Se a negação conjunta não funcionar, os cabeças deverão minimizar o assunto e dizer serem conversas de tabernas, ocas e sem propósito, assuntos de gente bêbada, ... Ainda assim há risco, pois o governador pode não aceitar e determinar investigações, se já não o está a fazer... Aqui é o estopim, caro capitão, mas Pernambuco, Bahia, Rio e mesmo São Paulo estão a esperar os acontecimentos iniciais a partir daqui!
- Há sempre um alto preço a se pagar pela liberdade, Dr. Gonzaga. Os que como eu, aqui nasceram e cresceram estão cansados de trabalhar e pagar impostos tão altos, e sem direito sequer a produzirem aqui o que precisam ... nem mesmo sal ou tecidos comuns ... Comprar de Portugal o que os ingleses produzem é o fim!
- Volte para sua fazenda, capitão, e em suas andanças fique atento a qualquer movimentação estranha ou conversa suspeita. Envie um alerta indireto em poucas linhas, e através de um mensageiro de sua confiança, endereçado a mim ou ao Dr. Cláudio Manoel. Por agora, vou arejar um pouco conversando com minha noiva, minha doce Marília !
Sociólogo e editor do blog http://animalsapiens.blogs.sapo.pt/
* Transcopiado de: www.antijornalismo.blogspot.com.br - Ana Cláudia Vargas
publicado por animalsapiens às 16:05

04
Fev 13
publicado por animalsapiens às 20:55

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