Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

07
Out 12

Num país como o Brasil, onde o voto é obrigatório, o 'sagrado direito democrático' ao voto está mais uma vez assegurado para o dia de hoje. Será que, uma vez cumprido o rito, alguma coisa efetivamente muda para melhor? O atual modelo político permite mudanças ou apenas garante mais do mesmo, e dos mesmos ? Por que a política brasileira é vitalícia e hereditária? Vemos os mesmos candidatos, ou seus descendentes, disputando as vagas num processo que lembra os títulos de nobreza de outros tempos. O mecanismo eleitoral facilita a passagem do título com o verniz da escolha.

 

Com isso, vivemos uma crise de credibilidade dos políticos e da própria política. Quem está no parlamento não quer mudanças, pois essas só dificultariam a sua permanência no poder. A retória democrática, apoiada pela chamada grande mídia, faz parecer que existe possibilidade real de mudanças nos cargos, de modo que os antigos clãs políticos finalmente sejam substituídos por uma nova geração.

 

Vamos cumprir o rito, mas não convém ter esperanças de mudanças reais e efetivas no quadro geral da política nacional. Os mesmos, ou seus sucedâneos, estarão lá, ocupando os cargos para darem continuidade e manutenção nas engrenagens do poder.

 

publicado por animalsapiens às 11:28

28
Ago 12

Os pequenos ganhos da população, os ajustes e escassas melhorias no sistema eleitoral brasileiro, de forma alguma garantem que as eleições deste ano abrem espaços para os novos candidatos. O sistema, em seu conjunto funcional, ainda privilegia as velhas oligarquias, as raposas da política, os candidatos bem municiados com dinheiro privado e público, sem contar as promessas que não serão cumpridas e a tendência à velha política vitalícia e hereditária. Sem uma profunda reforma do sistema, não adianta fiscalizar a campanha em si, ou tentar punir os violadores das leis eleitorais a posteriori. Hora de mudar !!

publicado por animalsapiens às 11:54

22
Ago 12

Assim como na guerra, na política também ocorrem vítimas. A primeira vítima da má política - essa que é predominante -, assim como na guerra, é a verdade. Cada contendor, adversário, candidato etc., tem visões próprias sobre vários assuntos; interesses próprios e daqueles que ele representa, mesmo ao dizer que pretende representar a todos da comunidade, o que não é tarefa fácil para alguém que se apresenta para realizar projetos por período de quatro anos, insuficientes para a tramitação de coisas duradouras e essenciais pelos tortuosos caminhos da burocracia, da negociação política, da persuasão dos adversários nas votações em plenário, na habilidade de fazer a política partidária funcionar, dentro de seus três princípios básicos: pressionar, negociar e conciliar, sem abrir mão da transparência e da honestidade.

 

A verdade é que as regras do jogo político-partidário válidas atualmente no Brasil, favorecem alguns e prejudicam outros. Não existe um ponto de partida igual para todos os candidatos e para as sempre minoritárias candidatas. Partidos têm dono ? Na prática, sim. Os financiadores e apoiadores de campanha esperam retorno por parte do 'cacique' do partido político que apoia. É uma barganha, pois há muitos interesses em jogo. Não existe política partidária isenta e nem poderia existir, já que cada grupo, em tese, representa uma parcela da sociedade, por trás do discurso que apresenta intenções de contemplar a todos. Política partidária na democracia representativa, se faz por segmentos e parcelas, grupos de pressão e interesses. Fora disso, o que há é pura ingenuidade.

 

Outras vítimas são a credibilidade da política como forma de equacionar interesses divergentes e, consequentemente, da representatividade: o descrédito dos políticos. O estrago é, em geral, causado pelos contínuos escândalos, o baixo nível ético e intelectual dos parlamentares, o oportunismo e o carreirismo, desejos de domínio e poder, os espertalhões de plantão, a falta de cumprimento dos compromissos de campanha, e nossa tradição de política vitalícia e hereditária. São golpes contra a democracia. São confusões que se criam entre as fronteiras sobre o público e o privado.

 

publicado por animalsapiens às 11:52

25
Jul 12

Em meio a greves, preparativos para a Copa de 2014 e a uma violência crescente, a população assiste, perplexa, a condenação de um senador da república, que depois de cassado retoma seu cargo de procurador no estado de origem. O cidadão comum se pergunta sobre como funciona a justiça entrelaçada a leis que garantem privilégios para uns e prejuízos para a maioria.

 

É nesse caldo de desconfiança e desinteresse que devem acontecer as eleições para prefeitos e vereadores, isto é, sem nenhuma esperança de mudanças qualitativas. O baixo nível cultural da maioria dos candidatos é de estarrecer, os oportunistas de plantão e os carreiristas estão a postos. Nem mesmo nos tempos da ditadura tivemos parlamentares com tão baixo nível ético e intelectual, como nesses tempos de suposta democracia.

publicado por animalsapiens às 12:50

06
Jul 12

Aberta a temporada de caça aos votos, já tem gente falando sobre as promessas de campanha que não serão cumpridas, os serviços que não serão prestados, as correções da gestão anterior que não serão feitas, as críticas da oposição que poderá se tornar situação sem mudar coisa alguma, e vai por aí afora. Ainda assim, por hábito ou por obrigação, os eleitores vão fazer suas apostas nesse cassino estranho com regras que poucos de fato entendem, para eleger pessoas que - raras exceções - representarão a si mesmas ou a grupos, corporações, empresas, oligarquias, mexendo em tudo para não mudar nada.

 

Seja o elitismo do PSDB, ou o pragmatismo do PT - os dois partidos de maior relevância na disputa -, os resultados para a população são imprevisíveis em tempos de Copa e de preparativos das Olimpíadas. Dois eventos que corroem o erário público sem garantias de resultados.

 

Em breve os municípios terão novos(?) prefeitos e novas(?) Câmaras Municipais. Esperemos que tenha havido algum amadurecimento político e ideológico do eleitorado, já que os partidos abandonaram as ideologias e seguem conforme seus interesses e possibilidades de momento, dentro do mais ferrenho pragmatismo.

 

Esperemos que depois da Primavera Árabe, da Revolução do Jasmim, do Wikileaks, Anonymous e Indignados, algo de novo ocorra no âmbito restrito e contido das eleições municipais brasileiras.

 

publicado por animalsapiens às 21:56

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