André Carvalho - iG São Paulo | 07/11/2012 14:37:15
Isadora Faber, criadora da página do Facebook "Diário de Classe" , ganhou notoriedade ao divulgar, na rede social, as más condições da escola pública onde estuda, em Florianópolis. A grande exposição que a garota de 13 anos passou a ter – atualmente a página conta com mais de 367 mil “curtições” – fez com que ganhasse admiradores e inimigos.
AEAo denunciar, nas últimas semanas, por meio do “Diário de Classe”, a falta de conservação da quadra da escola e o fato do pintor contratado para fazer o serviço ter recebido o dinheiro adiantado pelo trabalho sem que tivesse cumprido a obra, a menina passou a viver um inferno particular.
Leia mais: Família autora do “Diário de Classe” processa PSD de SC
Primeiro, conforme relatou no Diário de Classe, começou a receber ameaças da filha do pintor, Francisco da Costa Silva, de 47 anos. Depois, nesta segunda-feira, 5, teve a casa apedrejada, e sua avó, de 65 anos, que sofre de doença degenerativa, foi atingida, segundo Isadora.
Nesta terça, 6, quando estava junto com o pai no carro em frente ao colégio, o pintor e sua filha, a ameaçaram. Os incidentes levaram a família da adolescente a registrar, neste mesmo dia, dois boletins de ocorrência - um relativo às ameaças sofridas e outro por conta das pedradas –, e procurar o Ministério Público.
“Ela não vai parar”
Segundo a mãe da garota, Mel Faber, “a situação ficou séria e foi além da conta”. Ela afirmou que irá procurar a Promotoria da Infância e Juventude e preparar um dossiê para “buscar punição” tanto para o pintor Francisco da Costa Silva, quanto para a escola. Para ela “não dá pra argumentar com quem vem e atira pedra na gente”.
Sobre a instituição de ensino, ela afirma que a aluna segue estudando lá, apesar de dizer que “a escola tem responsabilidade” na atual situação de ameaças vivida por sua filha. Para a mãe, Isadora é vítima de bullying. “Os alunos ficam chamando-a de idiota, falando que ela está prejudicando a escola”, relata.
Mobilização: Críticas a escolas unem blogueiras mirins de Brasil e Escócia
Isadora não foi à aula nesta quarta-feira, 7. O motivo foi a presença em um seminário, onde recebeu apoio de estudantes e professores para seguir em frente com o “Diário de Classe”.
“Ela vai seguir atualizando a página, não quer parar”, diz Mel Faber. “Eu fico preocupada, mas incentivo, pois ela está certa e tem que seguir em frente. Se pararmos, será uma vitória para quem quer impedi-la de fazer justiça, então o ‘Diário de Classe’ vai continuar”, garante.
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Quilombo do Rei Ambrósio
Resistência negra: Um reino africano no Centro de Minas? - Parte 2 No início do século XVIII, surgiu mais ou menos na região centro-oeste da então Capitania de Minas Gerais, uma confederação de quilombos que, no conjunto, passou a ser conhecida como Quilombo do Rei Ambrósio, ou do Campo Grande.
Por Paulo Roberto Santos* De Divinópolis-MG Para Via Fanzine 06/09/2012
No interior de Minas, o povoado de Catumba, na região de Itaúna-MG ainda guarda vestígios da antiga presença de escravos. Leia também: Descoberta arte rupestre nos Açores Mais descobertas relevantes nos Açores Quem descobriu os Açores, afinal? Descoberta uma importante xancra em Portugal
Por volta de 1760, com o fim da confederação dos quilombos espalhados do rio das Mortes ao Abaeté, e de Ibiá a Itaguara, presumíveis indicadores dos limites do quilombo do Rei Ambrósio (ou do Campo Grande), houve avanços de bandeirantes (grupos paramilitares ou milícias, acompanhadas por pessoas de todo o tipo, de aventureiros a saqueadores), em direção ao oeste de Minas.
Já havia pequenos povoados pela região, formados anteriormente pelos fugitivos da guerra dos emboabas, ocorrida algumas décadas antes, em 1708-09, com a derrota, fuga ou morte dos paulistas. Esse episódio deu causa à criação da Capitania de Minas Gerais, fazendo os paulistas se voltarem mais para regiões interioranas e em direção ao atual Paraguai e Mato Grosso.
Enquanto isso, nas Gerais, o ouro escasseava rapidamente. A Coroa portuguesa precisava dos recursos das colônias para quitar suas dívidas para com a Inglaterra, e para os manufaturados que até então - já com a nascente revolução industrial -, ainda não produzia.
É nesse contexto de empobrecimento rápido e generalizado que negros forros, fugitivos, remanescentes de etnias nativas, brancos pobres ou ricos naturais, vão se defrontar com um episódio de truculência e arbítrio que ficou conhecido como a Conjuração Mineira. A conspiração que envolveu membros de todas as classes, clérigos inclusive e gente da região principalmente, mas também alguns portugueses, que tinha como propósito principal a libertação da Capitania de Minas do governo português.
Havia o apoio de paulistas e fluminenses, mas, principalmente, de baianos e pernambucanos. Os governos dos Estados Unidos, França e Inglaterra prometeram apoio e reconhecimento à nova nação. Se não houvesse a delação e prisão dos principais condutores do movimento, havendo sucesso, certamente, seria o estopim para as lutas de emancipação das demais Capitanias.
É preciso citar que, ao longo do século XVIII, dezenas de milhares de negros africanos foram trazidos para a Capitania de Minas Gerais, para o trabalho nas minas e em serviços diversos. Não se deve pensar nos negros africanos, principalmente nos sudaneses, como povos atrasados. Existiam reinos prósperos, que faziam comércio com a Índia e entre si. Os sudaneses, em sua maioria, falavam e escreviam em árabe, e trazidos ao Brasil eram, muitas vezes, mais alfabetizados que os seus senhores.
Conhecedores da metalurgia, da pecuária, de plantas medicinais, de práticas de cura ancestrais, das artes da guerra e da paz, quando era o caso, os africanos eram superiores aos indígenas, que ainda viviam na idade da pedra polida, da cerâmica, da caça, pesca e coleta. Por essa razão foram substituídos na mão de obra ao longo dos séculos.
Entre os vestígios deixados pelos escravos estão valas cavadas e também muros feitos de pedras da região.
Redutos remanescentes
Da confederação de quilombos que constituiu o reino do Rei Ambrósio, restou uma quantidade imensa de redutos remanescentes que lutam, até hoje, pelo reconhecimento de suas terras, cobiçadas por fazendeiros que ainda os veem como mão de obra barata, quando não ainda como escravos. Aos poucos, o atual Governo Federal vem resolvendo essas demandas em favor dos quilombolas, não sem a resistência dos latifundiários.
O quilombo se foi, mas sua influência ficou até hoje. A culinária mineira cheira a improviso. Além disso, o uso do fubá de milho, da farinha de mandioca e do polvilho, deu novos pratos à cultura nacional. Quem nunca ouviu falar, ou já experimentou, o pão de queijo, resultado da escassez de trigo naqueles tempos idos, e a invenção do queijo mineiro, feito com leite cru?
No linguajar, em Minas como em todo o Brasil, ficamos com os adjetivos carinhosos aprendidos com as negras que cuidavam e davam seu próprio leite aos filhos dos senhores: benzinho, amorzinho… E tantas outras expressões de carinho hoje tão comuns.
Com a chegada ao Brasil da família real portuguesa, em 1808, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, o país passa a ter o português como língua obrigatória, fazendo com que o nhengatu (fala boa, em tupi) fosse aos poucos abandonado. Essa língua, criada pela inventividade dos padres jesuítas do século XVI, numa mistura de tupi com português, foi a língua comum por mais de dois séculos. Foi também usada pelos bandeirantes - em sua maioria, mameluca, e não branca, como divulgado por décadas na historiografia oficial.
Um pouco desse linguajar arcaico reaparece nas obras do escritor mineiro Guimarães Rosa, em todas as suas obras, mas particularmente no “Grande Sertão: Veredas” e em “Sagarana”. Um português - ou talvez seja melhor dizer, mineirês -, que dificilmente será entendido pelas gerações futuras, perdendo-se, assim, uma das maiores belezas literárias do país.
Controvérsias, lacunas, dúvidas e incertezas à parte, eis uma página de grande interesse da história de Minas Gerais, e que vem sendo, lentamente, reconstituída por profissionais e amadores.
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* Paulo Roberto Santos é professor e sociólogo, seu blog é http://animalsapiens.blogs.sapo.pt/.
-Fotos: Charles AquinoIshimoto / Itaúna em Décadas.
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- Extras: Algumas sugestões de leitura: - BARRETO, Lázaro. Memorial do Desterro. Divinópolis, Diocese de Divinópolis, 1995. - FIÚZA, Rubens. Do São Francisco ao Indaiá. Juiz de Fora, Liberdade Livraria, 2003. - Disponíveis em MG Quilombo. - Viste o portal MG Quilombo Vídeo - entrevista com o professor Félix Rodrigues (RTP/Portugal). Açores: encontradas sepulturas de 2 mil anos (TVI/Portugal).
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*Projeto de Lei 267/11*
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*A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino.*
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*Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente.*
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*A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante.*
Indisciplina*
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De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineira nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente.
Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição.
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*O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.*
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*Fonte:*
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http://primasfalando.blogspot.com/2011/04/camara-analisa-projeto-de-lei-que-pune.html
*<http://primasfalando.blogspot.com/2011/04/camara-analisa-projeto-de-lei-que-pune.html>
http://www.genealogiabrasileira.com/
Genealogia Brasileira é um interessante sítio onde se pode pesquisar sobre a história brasileira com ramificações e informações curiosas, vindas de várias fontes.
Read more: http://www.oficinadesociologia.blogspot.com
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