O filme - entre os já produzidos com temática espírita -, certamente deve estar entre os mais bem sucedidos, pois em sua forma clara e direta, didática e muito próxima, faz com que o telespectador facilmente se identifique e se 'ache' em algum ponto da trama. Afinal, quem nunca adoeceu e já chegou a pensar na morte?
Paulo Figueiredo, conseguiu unir didatismo e diálogos instrutivos, mas sem pieguismo, moralismo ou proselitismo. O elenco, sem dúvida, deu conta do recado, pois quem já leu o livro facilmente entenderá que até a caracterização das personagens foi bem pensada. Nada além do humano, do que vivemos, sentimos, pensamos e sabemos. O conhecimento das consequências de nossas atitudes para além da vida terrena, em suas idas e vindas por meio da reencarnação.
Mesmo que esteja num mau momento, quem assistir encontrará no filme alento e reconforto, já que 'a vida continua', e as coisas ruins e difíceis passarão de um jeito ou de outro. O filme eleva e reconforta, reanima quem já cometeu seus erros, e fortalece quem já caminha com passos mais firmes, não há desânimo ou reprovações, ameaças de punição, e passa longe de ideias que lembram o 'fogo eterno'.
Sem grandiosos efeitos especiais, mostra regiões inferiores da vida invisível com naturalidade, de modo a lembrar que ninguém está esquecido; o filme atinge os objetivos principais de esclarecer e consolar, reanimar e confortar, devolver a esperança a quem já a perdeu, e isso com um elenco relativamente reduzido e poucas mudanças de cenário. Vale a pena ver!
Com certeza, aqueles que priorizam mais a forma que o conteúdo, terão bons motivos para críticas, o que não tira a beleza intrínseca da temática abordada.
* Disponível no YouTube
- por Paulo Santos
Por várias razões, o filme 'As pontes de Madison' é uma bela produção. Primeiro por trazer para as telas uma sutil crítica ao moralismo burguês, tanto estadunidense, quanto de outras partes do mundo. Em segundo lugar, por tomar uma situação bastante comum como eixo temático e, principalmente, por colocar o dilema ético do amor, dividido entre o senso de dever, o autossacríficio, e a plenitude da alma realizando-se num profundo e maduro amor que (re)surge na maturidade.
Um fotógrafo de passagem por uma fazenda, descobre nas conversas com uma dona de casa a possibilidade de realização do amor sem paixão passageira, mas do amor amadurecido pelo tempo e pela experiência. Ao final do filme, aparece o momento da decisão entre o senso de dever e o amor possível. Não vamos tirar do eventual leitor desse blog a oportunidade de descobrir por si mesmo, todos os meandros desse belo filme que não envolve corpos musculosos e figurino caro, mas apenas duas pessoas maduras e amadurecidas vivendo um dilema comum e, talvez, o mais atormentador de todos.
Se 'o coração tem razões que a própria razão desconhece', como escreveu Blaise Pascal, eis uma boa oportunidade de pensar - muito - sobre o assunto !
- por Paulo Santos
......................
Ficha técnica:
The Bridges Of Madison County. 1995.
Ano de Lançamento: 1995
Gênero: Drama, Romance
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep e Annie Corley
Produção: Warner Bros. Pictures, Amblin Entertainment
"Há quem viva toda uma vida em um minuto" - Frase do filme 'Perfume de mulher', numa de suas mais belas cenas (o cego, vivido por Al Pacino, dançando tango).
http://www.outraspalavras.net/2011/05/11/homens-e-deuses-existe-um-cinema-cristao/
Link para resenha e trecho do filme Homens e deuses.