Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

27
Mai 13

'Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.'

 

José Saramago

publicado por animalsapiens às 12:21

07
Mai 13

Antes da Chuva Chegar

Guilherme Arantes

Sinto agora que o vento
traz coisas de longe de casa libertando a voz
são lugares perdidos, imagens confusas de tempos
que não voltam mais
e pessoas com quem conviví, suas palavras, seus sonhos,
seus atos, seus modos de ver a vida
olhe o que o vento traz, antes da chuva chegar

Pela rua deserta e forrada
de folhas caídas que voam ao léu
corre o meu pensamento
no rastro das nuvens pesadas que habitam o céu

Vejo a casa na qual me criei,
vejo a escola, o jardim,
vejo a cara de cada um dos meus companheiros.
olhe o que o vento traz, antes da chuva chegar
olhe o que o vento traz, antes da chuva chegar

 

http://letras.mus.br/guilherme-arantes/113559/

publicado por animalsapiens às 11:29

16
Abr 13
publicado por animalsapiens às 21:23

publicado por animalsapiens às 21:17

08
Abr 13
publicado por animalsapiens às 20:29

10
Mar 13

 

Antonio Ozaí da Silva publicou: "Recentemente li duas obras sobre a amizade: Amizade & Filósofos[1] e A amizade[2]. A primeira oferece trechos selecionados de obras escritas por filósofos, da antiguidade clássica à modernidade, e ambiciona ser “uma história da amizade, ou melhor dize"
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Novo post em blog do ozaí

Facebook, amizades virtuais e amizades reais!

by Antonio Ozaí da Silva

408174-geracao-y-o-aniversarioRecentemente li duas obras sobre a amizade: Amizade & Filósofos[1] e A amizade[2]. A primeira oferece trechos selecionados de obras escritas por filósofos, da antiguidade clássica à modernidade, e ambiciona ser “uma história da amizade, ou melhor dizendo, uma história das idéias mais importantes sobre a amizade durante os últimos três mil anos”. Massimo Baldini, o organizador, expressa a esperança de que o seu esforço “colabore para se compreender melhor o lugar que a amizade terá na sociedade eletrônica, rica em fatores que favorecem o isolamento, mas farta de muitos instrumentos tecnológicos que anulam a distância e facilitam o encontro”.[3]

A segunda, escrita por Francesco Alberoni, é uma reflexão sobre os diversos significados da amizade na história da humanidade. Ele começa com uma questão fundamental: “Existe ainda a amizade no mundo contemporâneo?”[4] O que é a amizade? “A amizade é uma forma de amor”, afirma.[5] Mas, no que esta forma de amar se distingue de outras? Como surge? É possível a verdadeira amizade no mundo moderno dominado por relações utilitaristas, altamente competitivo e propenso a fortalecer o individualismo e o isolamento? A amizade é apenas interpessoal ou também pode ser comunitária? Pressupõe relação entre iguais? Pode evoluir em circunstâncias de desigualdade hierárquica? O professor pode ser amigo do seu aluno, e vice-versa? “O pai pode ser amigo do filho e o filho do pai? Podem ser amigos dois irmãos? E dois cônjuges?”[6] Quais são os inimigos da amizade? O que pode deteriorá-la ou impedir o seu florescer?

Estas e outras questões orientam a análise de Alberoni e instigam a reflexão do leitor a respeito da realidade contemporânea e da nossa capacidade e/ou incapacidade de cultivar a amizade. Em tempos de redes sociais como o Facebook, com centenas e milhares de “amigos” ao alcance de um click, a amizade parece assumir formas voláteis. Podemos, na expressão consagrada do sociólogo Zygmunt Bauman, nos referir à amizade líquida. A propósito, em entrevista ao Fronteiras do Pensamento, este eminente intelectual nos faz pensar sobre o auto-engodo das amizades virtuais em detrimento dos laços reais que constituem as amizades autênticas. Ele relata o caso de um viciado em Facebook que se vangloria de ter feito 500 amigos num dia. “Minha resposta foi que eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos. Eu não consegui isso. Então, provavelmente quando ele diz “amigo” e eu digo “amigo”, não queremos dizer a mesma coisa. São coisas diferentes”, afirma o simpático senhor.[7]

Claro, embora haja a possibilidade de uns e outros confundirem as coisas. É preciso se iludir em demasia para tomar as centenas de amigos virtuais como reais. Qualquer membro de redes sociais, por mais viciado, pode ter a consciência desta distinção. As amizades virtuais podem até representar um atenuante à inexistência de vínculos reais de amizades. Contudo, ainda que o indivíduo se iluda, a incapacidade de constituir amizades reais não tem relação direta, em geral, com a participação em redes sociais. Os indivíduos entram no mundo virtual enquanto seres reais, com histórias de vida, sentimentos e idiossincrasias  próprias, ainda que tentem aparentar ser o que não são. Por outro lado, na medida em que a tecnologia facilita a comunicação, favorece os encontros e, assim, fortalece a amizade real existente – além de potencialmente contribuir para o surgimento de novas amizades, ainda que virtuais. Potenciais amizades virtuais podem se tornar amizades reais? Talvez sim, provavelmente não. O mais importante, porém, é saber que amigos virtuais e amigos reais são distintos. Se há esta percepção, não há porque temer as redes sociais. Torna-se descabido imaginar que o mundo virtual substitui e enfraquece as amizades reais ou a possibilidade de existirem. Como escreve Alberoni: “A amizade existia na época de Confúcio e existe hoje. Não há nenhum motivo para pensar que deva desaparecer no futuro. A amizade é apenas um modelo ideal que pede para ser respeitado”.[8]

Se o ideal de amizade que temos em nossa mente se esvaece e esta não se realiza, não busquemos culpados no mundo exterior, no Facebook ou mesmo no amigo que se afasta de nós. Comecemos por nós mesmo. A análise do outro deve ser complementada pela auto-análise despida de ilusões e ressentimentos. O mais é idealização e verborragia. Da mesma forma que devemos saber distinguir as amizades virtuais das amizades reais, é preciso também ter a sabedoria de não tomar a realidade das relações pelas representações livrescas. Uma coisa é filosofar sobre a amizade, outra bem diferente é viver a experiência real da amizade. Ler é importante e até pode nos ajudar a compreender, mas o fundamental é o viver, a experiência real. Esta é complexa e difícil, muito difícil. Não cabe em modelos pré-idealizados!


[1] BALDINI, Massimo. (Org.) Amizade & Filósofos. Bauru, SP: EDUSC, 2000.

[2] ALBERONI, Francesco. A amizade. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

[3] BALDINI, op. cit., p. IV.

[4] ALBERONI, op. cit. p. 5.

[5] Idem, p. 29.

[6] Idem, p.148.

[7] Assista a entrevista na íntegra em http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A

[8] ALBERONI, op. cit., p. 153.

Antonio Ozaí da Silva | 09/03/2013 às 22:47 | Categorias: política | URL: http://wp.me/pDZ7T-y0

 

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publicado por animalsapiens às 11:09

02
Fev 13

- Esse é um assunto de filmes e livros, de conversas e de brigas, de acadêmicos e de povão ... você sabe me dizer, afinal de contas, o que é o amor?

- Não! Mas sei de algumas 'definições' e 'conceitos', como chamam, mas o que é o amor, ... huuummm... não sei não !

- Então, vá lá, ... diga!

- Amor renúncia, amor paixão, amor sufocante, amor romântico, amor a Deus, amor amizade, amor próprio ... por aí.

- Então não existe um único tipo de amor? Um único sentimento que o defina?

- Acho que não, e mesmo esses que citei mudam constantemente, se misturam, se perdem, vão e voltam ...

- Será possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo?

- Claro! Se ama a cada uma e a cada um, de um modo diferente! Dizem que Khalil Gibran amava duas mulheres: uma pela sua inteligência e outra pela sua beleza! Paulo Freire, o educador, escreveu sobre amar o amor!

- ?

- ... pois é !

- Mas e o amor puramente humano, o amor homem-mulher?

- Olhe em volta e veja o que está acontecendo. Tem gente batendo, maltratando e matando, e diz ou acha que é por amor. Tem gente que sufoca, reprime, controla, limita, inibe ... e diz que é por amor. Prefiro mandar esses casos para os psi ou para os religiosos que prometem curar de unha encravada a queda de cabelo!

- Então o amor entre dois seres é impossível? É isso?

- Eu não disse isso. Talvez o moralismo tenha contaminado o amor a tal ponto que funciona como um vírus e sai travando tudo. O que começa bem (ou mal começa) acaba mal; começa com 'meu gatinho' e termina com 'sai cachorro' !

- O que você quer dizer com moralismo?

- Moralismo é toda forma de controle sobre a vida afetiva e sexual de homens e mulheres. As religiões são mestras nisso. Controla-se também e, principalmente, a mente das pessoas incutindo sentimentos de culpa por serem humanos. Separam o corpo do espírito, esse sim o maior pecado. Bipartido jamais se pode ser feliz e para se fazer a reconciliação entre as partes ... sei lá, algo deve mudar, algo deve ser feito! Melhor seria dar educação emocional às pessoas!

- Então, o moralismo é um mal?

- Sim. A moral são normas que regulam a vida da sociedade, mas o moralismo é uma distorção tosca das normas que regulam a vida pública das pessoas, mas não deveria regular a vida privada, e menos ainda a vida íntima. Mas há uma tendência mórbida na nossa sociedade de olhar pelo buraco da fechadura ...

- O que fazer então? Como alguém pode se realizar, afetivamente, nessas condições?

- Não faço a menor ideia!

- ?

- Verdade! Talvez seja o caso de cada um encontrar um jeito próprio, inventar, criar, quebrar regras caducas, e deixar de procurar 'receitas de felicidade'. Isso não existe.

- Então é assim? Cada um dá seu jeito? Se vira? E pode dar com os burros n'água?

- Sim!

- E o romantismo amoroso, aquele do século 19?

- Fala sério ... você quer uma mulher no altar para adorá-la de longe? O jeito é andar no fio da navalha, nem tanto ao mar nem tanto à terra,... nem tanto à várzea nem tanto à serra, como escreveu o Guimarães Rosa.

- E a amizade?

- É o único amor que dura, segundo Aristóteles.

- E agora?

- Se vira! Lembra da música do 'maluco beleza', chamada 'A maçã'? "O amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade, sofro mas eu vou te libertar".

 

- por Paulo Santos

 

 

 

publicado por animalsapiens às 17:48

12
Dez 12

"Quim olhava os pés dela, não humilde mas melódico. Mas o amor assim pertencia a outra espécie de fenômenos? Seu amor e as matérias intermediárias. O mundo do rio não é o mundo da ponte". - Do conto Orientação, em Tutaméia.

publicado por animalsapiens às 09:21

25
Nov 12

Por várias razões, o filme 'As pontes de Madison' é uma bela produção. Primeiro por trazer para as telas uma sutil crítica ao moralismo burguês, tanto estadunidense, quanto de outras partes do mundo. Em segundo lugar, por tomar uma situação bastante comum como eixo temático e, principalmente, por colocar o dilema ético do amor, dividido entre o senso de dever, o autossacríficio, e a plenitude da alma realizando-se num profundo e maduro amor que (re)surge na maturidade.


Um fotógrafo de passagem por uma fazenda, descobre nas conversas com uma dona de casa a possibilidade de realização do amor sem paixão passageira, mas do amor amadurecido pelo tempo e pela experiência. Ao final do filme, aparece o momento da decisão entre o senso de dever e o amor possível. Não vamos tirar do eventual leitor desse blog a oportunidade de descobrir por si mesmo, todos os meandros desse belo filme que não envolve corpos musculosos e figurino caro, mas apenas duas pessoas maduras e amadurecidas vivendo um dilema comum e, talvez, o mais atormentador de todos.


Se 'o coração tem razões que a própria razão desconhece', como escreveu Blaise Pascal, eis uma boa oportunidade de pensar - muito - sobre o assunto !


- por Paulo Santos


......................


Ficha técnica:


The Bridges Of Madison County. 1995.
Ano de Lançamento: 1995
Gênero: Drama, Romance
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep e Annie Corley
Produção: Warner Bros. Pictures, Amblin Entertainment

publicado por animalsapiens às 10:03

22
Nov 12

"Amar é querer se unir a uma pessoa futura, única, a mesma do passado?" - G. Rosa / Tutaméia

publicado por animalsapiens às 09:56

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