Hoje escolho plantar um jardim
A terra energiza minhas mãos,
escurece minhas unhas,
escorrega pelos meus dedos
Mancha minhas mãos de ternura.
A terra solta se aconchega nos vasos,
nos braços, nos cravos e no horizonte
Alimenta caules, raízes e botões de flores.
Tocar, cuidar, acarinhar,
adornar com pedras uma açucena menina
que sozinha olha para as esquinas
e derrama perfumes e esperanças.
Num vaso planto um lírio branco
Noutro um cravo amarelo
Bem pertinho da janela penduro uma verde samambaia
No chão planto um pé de amora
e bem ao lado semeio sementes de girassóis
que hão de enfeitar nossos sonhos.
Anónimo a 9 de Junho de 2012 às 21:40
Lindo, criativo e sensível como sempre, D !
Pois, hoje, eu escolho soltar o pensamento em devaneios sem peias ou limites. Deixar que o real e o surreal se unam em algo que possa representar a vida esperada, estranhamente sentida. E no vaso em que você plantou um lírio branco, vai nascer, ao lado, uma esperança !