Europa em crise (VI): gráficos de uma hipocrisia
Dados oficiais demonstram: Estados estão endividados porque emprestaram aos bancos; “austeridade” e ataque a direitos jamais atingirão raiz do problema
O argumento central dos governos e da mídia conservadora para defender o corte dos serviços públicos e dos direitos sociais é a promoção da “austeridade”. A palavra foi incorporada ao discurso oficial. Apoia-se num preconceito cultivado durante décadas: o de que despesas públicas são sinônimo de ineficiência e corrupção. Esconde dois fatos essenciais:
a) na União Europeia (UE), uma parcela cada vez maior dos gastos dos Estados é empregada para pagar juros;
b) enquanto cobram “austeridade” dos aposentados e usuários de serviços públicos há anos em declínio, estes Estados estão sustentando salários milionários, jatinhos, iates e porsches da oligarquia financeira.
Os gráficos deste post ajudam a compreender o fenômeno. Foram produzidos pela revista Economist, que, embora defenda os mercados financeiros, produz excelente jornalismo — e parece perceber, aos poucos, o caráter anti-civilizatório das políticas praticadas na Europa. O primeiro mostra a evolução do déficit público europeu em onze países-chaves, e na média da UE, antes e depois da crise de 2008.
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