Fim de ano, fim do mundo segundo alguns, mas o mais provável é que vamos ter que encarar um novo ano. Planos, sonhos, projetos, promessas, mudanças ... Cada um a seu modo aproveita o momento psicológico que alia consumismo com desejos de mudanças, e faz seu novo ano, ... pelo menos na mente. Se as coisas vão acontecer como desejado ou esperado, isso é outra coisa. Mas, a mística da mudança no calendário está aí !
O ano que se aproxima não promente grandes momentos positivos para a humanidade, sofrida com seus próprios erros e escolhas. Mas algumas descobertas desde os Fóruns sociais e a 'Primavera árabe' são marcantes e definitivas. A sociedade civil está em rota de colisão com a sociedade política. Praticamente já não existe quem acredite nos políticos ou na política partidária, dissociadas da sociedade e parasitando-a.
Por outro lado, vale o mesmo raciocínio para as religiões. Não serão os religiosos ou os políticos que vão conduzir as comunidades para uma qualidade de vida melhor. Há outras vias em construção, baseadas no cooperativismo, na solidariedade, no compartilhamento, na noção cada vez mais clara que somos mais interdependentes do que pensamos. Mas o pensamento conservador, ligado a privilégios de classe e casta, ainda está muito presente e forte, o que sinaliza que as mudanças - pois essas virão - não devem ocorrer sem resistências e lutas. É aguardar pra ver...
- por Paulo Santos