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Só para relembrar, mandalas são aqueles bonitos arranjos e desenhos feitos com areia colorida pelos orientais, principalmente pelos povos do Himalaia, em particular pelos tibetanos. A mandala, depois de pronta (e demanda dias, até semanas, para ficar pronta) é intencionalmente desfeita com gestos rituais rápidos, para indicar as inevitáveis e inesperadas mudanças, ou dentro da crença budista, o 'princípio da impermanência'. Nada é para sempre !
O mundo é assim, tanto quanto a vida de um povo ou de uma pessoa. Mudanças acontecem, queiramos ou não, demorem ou não. Num olhar pelo retrovisor da história, pessoal ou global, e vemos inúmeros momentos de mudanças, em geral inesperadas. A mudança, nesse sentido, está na natureza das coisas; faz parte das circunstâncias, entropia na linguagem da Física.
Se assim é, lutar contra elas - as mudanças - é esforço inútil. Deveriam ser aproveitadas para redirecionar a vida de povos e pessoas, embora os aproveitadores e espertalhões estejam sempre a postos para tirar proveito pessoal desses momentos de instabilidade coletiva, tal como o que atualmente vivemos. Se adaptar-se a mudanças bruscas e nem sempre positivas é fácil, temos que aprender a surfar sobre elas de algum modo, direcionando a prancha para os propósitos, sonhos e desejos que todos temos. Por isso, a vitória dos conservadores e reacionários é sempre temporária.
- por Paulo Santos