"Se Auschwitz existiu, Deus não existe"; essa certamente é a mais melancólica e desesperadora frase do livro que virou filme: A Trégua, do escritor italiano Primo Levi (Turim, 31 de julho de 1919 — Turim, 11 de abril de 1987), um dos sobreviventes desse campo de concentração, conservado como história-memória de coisas que não deveriam mais acontecer. Mas acontecem! Ainda temos a Faixa de Gaza e outras regiões no mundo que são mais ou menos como campos de concentração, de refugiados, tal como as comunidades pobres chamadas de 'favelas', quase sempre associadas, equivocadamente, a locais de criminalidade e narcotráfico.
Mas, e os presídios brasileiros, sempre superlotados? E as escolas, um tanto como centros de confinamento, onde os alunos são tratados como códigos de barras? E certos hospitais com gente deitada pelo chão ou em macas improvisadas? Se lá houve a industrialização da morte, hoje vemos a banalização da morte e da própria vida. E o que virá depois? Quando haverá tempo e interesse reais pela tolerância, solidariedade e para a compaixão?