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Genealogia Brasileira é um interessante sítio onde se pode pesquisar sobre a história brasileira com ramificações e informações curiosas, vindas de várias fontes.
Que papel tiveram no golpe (e na repressão) empresários, jornais e instituições religiosas? Já que perguntar é inofensivo, pelo menos caprichemos um pouco…
Por Guilherme Scalzilli, em seu blog
Outro dia um anônimo formulou “Dez Perguntas para a Comissão da Verdade”, que preencheram um vazio discreto na edição da Folha de São Paulo. São elas: que fim levaram os guerrilheiros mortos no Araguaia? Como morreram Vladimir Herzog e Rubens Paiva? Quem eram os informantes do regime? Quem praticou maus tratos nos porões? O que ocorreu na Casa da Morte de Petrópolis e na da Rua Tutóia? Como funcionou a aliança entre as ditaduras da Operação Condor? Onde foram enterradas as vítimas do regime?
Apesar do aspecto meio acaciano de algumas questões, elas abarcam mais ou menos o que se espera do limitado alcance do grupo nomeado pelo governo federal. Mas agregam um enfoque preguiçoso e acomodado, dirigido àquela zona confortável do tema que já foi explorada por extensa bibliografia. Restam outras lacunas que também mereceriam a atenção dos investigadores, justamente porque menosprezadas pela historiografia e pela mídia corporativa:
- Como se relacionaram os grandes veículos informativos da época com o movimento golpista pré-64?
- Que apoios logísticos, financeiros e humanos dedicaram esses veículos ao regime?
- Quais foram os analistas, jornalistas, intelectuais e celebridades que apoiaram o golpe?
- Que empresas nacionais e estrangeiras financiaram a tenebrosa Operação Bandeirante e outros sistemas criminosos?
- Que papel tiveram empresários, diretores e demais representantes de corporações privadas na sustentação do aparato repressor?
- Como as instituições religiosas e os conselhos profissionais se posicionaram em relação à ditadura?
Já que perguntar é inofensivo, pelo menos caprichemos um pouco nas perguntas. Expectativas à parte, claro.
www.outraspalavras.net
por: Paulo R. Santos
“Cogito, ergo sum” (Penso, logo existo), escreveu o filósofo René Descartes no século XVII, refletindo na importância do conhecimento de si e da natureza que nos cerca, sem precisar apelar para explicações místicas ou teológicas. Descartes é o mesmo que nos propõe a dúvida como método, para que nos tornemos seres realmente conscientes.
Hoje os tempos são outros, mudaram e muito. A noção de 'poder de consumo' tornou-se tão enraizada que muita gente sofre de transtornos de compulsão por comprar o que não precisa. A sensação de consumir é uma forma de poder que nos foi introduzida pelo modelo atual de economia, que faz da sociedade - e de cada ser humano - um subproduto da própria economia. Existimos para consumir !
Pode-se até discutir se pensar é de fato existir, mas sem pensar a existência torna-se impossível. A vida passa a ser improvisada a cada dia; perde-se a noção de passagem do tempo e a visão de futuro se esfumaça. Poucos estão incomodados com isso. O que importa é o aqui e agora, e um celular novo a cada três meses !
É possível viver sem pensar sobre a vida? Sem pensar sobre como a vida acontece, isto é, sem filosofar ? Parece que sim. Boa parte das pessoas vive impulsionada pelos apelos comerciais, pelos hábitos impostos ou adquiridos sem reflexão, improvisando a vida no seu cotidiano.
Se existir é consumir, então a vida empobreceu até o limite do absurdo. Perdeu-se o senso de limites para certas coisas, principalmente para o que é realmente necessário para viver. O cantor argentino Facundo Cabral, assassinado em 2011, disse que o mais rico é aquele que menos necessita. É fato !
Mas, … como sair do círculo vicioso do consumo? Do consumir por consumir, mecanicamente ? De uma decisão pessoal a uma terapia, se necessário, passando por uma profunda revisão de valores. Talvez seja o caminho mais óbvio. Quem sabe ? Ou talvez a voz do povo seja a voz de Deus, … afinal, como dizem, caixão não tem gavetas !
“Não temo a morte. O pior da morte – isso sim dói – é que a pessoa estava e de repente deixou de estar, se acabou. Creio que a esperarei muito pacificamente, tenho consciência de que a vida não pode ser muito mais longa. Terei mais três ou quatro anos, talvez menos, mas não há problema”. (Ópera Mundo, junho de 2009)
“Acho que na sociedade atual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem idéias, não vamos a parte nenhuma”. (Último post do site http://caderno.josesaramago.org).
JOSÉ SARAMAGO (1922 – 2010)
Quando certas coisas se perdem em uma coletividade, a tendência desta é entrar em processo de necrose, e parece ser este o caso de nossa sociedade. A escassez de senso moral deixa as pessoas ao sabor dos momentos, dos impulsos e dos instintos. A falta de princípios, de alguns elementos mínimos norteadores para a conduta diária - não necessáriamente valores religiosos -, mas principalmente éticos, deixa os seres humanos extremamente vulneráveis às circunstâncias. Improvisam a vida, sem saber como conduzi-la.
A ausência de senso de justiça torna o 'outro' invisível. Cada um vive por contra própria, com a 'síndrome do Super-homem' (eu posso tudo), inclusive desconhecer direitos legais, morais, e mesmo os estabelecidos por tradições e costumes. A Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana passa a ser uma bela carta de intenções e de promessas não cumpridas.
A maioria de nossas crianças e jovens está à deriva !
Precisamos, talvez, de um novo Renascimento.
Escutai! Se as estrelas se acendem
será porque alguém precisa delas?
Porque alguém as quer lá em cima?
Será que alguém por elas clama,
por essas cuspidelas de pérolas?
Ei-lo aqui,pois, sufocado, ao meio-dia,
no coração dos turbilhões de poeira;
ei-lo, pois, que corre para o bom Deus,
temendo chegar atrasado,
e que lhe beija chorando
a mão fibrosa.
Implora! Precisa absolutamente
duma estrela lá no alto!
Jura! Que não poderia mais suportar
essa tortura de um céu sem estrelas!
Depois vai-se embora,
e diz a alguém que passa:
"Muito bem! Assim está melhor agora, não é?
Não tens mais medo, hein?
Escutai, pois! Se as estrelas se acendem
é porque alguém precisa delas.
É porque, em verdade, é indispensável
que sobre todos os tetos, cada noite,
uma única estrela, pelo menos, se alumie.
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"Mas então ninguém percebe que matar em nome de Deus é fazer de Deus um assassino?"
José Saramago - Entrevista à revista "Época", em 2005:
Na virada do século
Alvorada Voraz
Nos aguardam exércitos
Que nos guardam da paz
Que Paz?...
A face do mal
Um grito de horror
Um fato normal
Um êxtase de dor
E medo de tudo
Medo do nada
Medo da vida
Assim engatilhada...
Fardas e força
Forjam as armações
Farsas e jogos
Armas de fogo
Um corte exposto
Em seu rosto amor...
E Eu!
Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistindo ao fim
Vendo o meu tempo passar
Hey!...
Apocalípticamente
Como um clip de ação
Um clic seco, um revólver
Aponta em meu coração...
O caso Morel
O crime da mala
Coroa-Brastel
O escândalo das jóias
E o contrabando
E um bando de gente
Importante envolvida...
Juram que não
Torturam ninguém
Agem assim
Pro seu próprio bem
Oh!...
São tão legais
Foras da lei
Sabem de tudo
O que eu não sei
Não!...
Nesse mundo assim
Vendo esse filme passar
Assistindo ao fim
Vendo o meu tempo passar
Hey!...