Depois de ter sido condecorado pelo Governo português há dias na Póvoa de Varzim (na fotografia) Rubem Fonseca é homenageado em Lisboa.
A Câmara Municipal de Lisboa entrega hoje, 27 de Fevereiro pelas 12h, a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro ao escritor brasileiro, Rubem Fonseca, como reconhecimento da Câmara Municipal de Lisboa pela sua brilhante carreira. A cerimónia decorrerá no Salão Nobre dos Paços do Concelho e contará com a presença do presidente da CML, António Costa e da vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto. Vencedor do Prémio Camões em 2003, de cinco Prémios Jabuti e do Prémio Juan Rulfo, Rubem Fonseca é um dos mais importantes e singulares escritores brasileiros contemporâneos. José Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de Maio de 1925 e é licenciado em Direito. Exerceu diversas actividades profissionais antes de se dedicar inteiramente à literatura. A sua formação académica, o seu trabalho como Comissário na Polícia, a sua especialização em psicologia criminal e toda a sua experiência e contactos inerentes à actividade policial marcaram fortemente a sua obra literária e criativa. Autor de romances, contos, ensaios e guiões, a sua obra tem sido objecto de adaptação ao cinema, ao teatro e à televisão. Entre as suas personagens mais conhecidas e protagonista de alguns dos seus romances e contos notabilizou-se o detective privado Mandrake, que saindo das páginas da sua obra literária se populariza através de uma série para a televisão brasileira.
Fonte: Ciberescritas
A Fundação José Saramago associa-se à homenagem, relembrando uma passagem do IV volume dos Cadernos de Lanzarote e um jantar no Rio de Janeiro com Chico Buarque, Rubem Fonseca, João Ubaldo Ribeiro e outros amigos:
publicado por Fundação Saramago às 11:35
Não deixa de ser uma fenômeno digno de nota, e de estudos, um país que entra em marcha lenta, uma espécie de desaceleração geral, das vésperas do Natal ao término do Carnaval. Nada funciona direito nesse período, seja servço público principalmente, mas privado também. Agora o giro sobe ... e a coisa toda começa se mover ... rangendo, mas começa !
Um laboratório de testes: até onde se liquida, empobrece e humilha um país sem que estourem as costuras?
Por Isaac Rosa | Tradução: Antonio Martins
Já podem dormir tranquilos os gregos, porque a Europa não abandonará o país. Preferirá mantê-lo pendurado no abismo, agarrado pelos cabelos e sempre a poucos minutos da quebra total. Mas não permitirá que despenque, porque a Grécia cumpre hoje um papel essencial na Europa. A imagem de um país quebrado, asfixiado, submetido a chantagem, despojado de sua soberania, com a população sofrendo apertos sucessivos e as ruas incendiadas, tem diversas serventias.
Os governantes podem apoiar-se no caso grego para nos convencer de que precisamos nos comportar, fazer as “lições de casa” e pagar a dívida – do contrário, vejam os gregos onde acabaram, por terem cabeça fraca. “Observem o que se passa na Grécia agora mesmo”, dizia Sarkozy aos franceses segunda-feira, e completava: “Quem gostaria que a França estivesse na situação da Grécia?”
Os apóstolos do choque também tiram proveito da situação grega: é um laboratório em condições reais, com os cidadãos como cobaias, para testar até onde se pode liquidar, empobrecer e humilhar um país sem que estourem as costuras. Sim, queimaram edifícios, atiraram pedras, mas a vida segue. A Grécia está sob ruído e fumaça, mas ainda não passou por um levante social. Por isso, seguiremos apertando, para ver até onde aguenta.
Quanto aos cidadãos europeus, a lição os massacra por seu próprio peso: “Olhe para que serve protestar: apenas para quebrar tudo, sem conseguir nada”. “Por que faremos uma greve? Os gregos estão na enésima, e nada”. E, inclusive: “Bem, a reforma trabalhista é dura, mas não estamos tão mal. Pior estão os gregos…”
Não é certo que o plano tenha êxito. Os cortes de direitos e serviços públicos continuam, mas na última votação houve 43 deputados desertores. O premiê-tecnocrata Papademos sua para levar adiante seu plano. E na polícia, começam a surgir agentes que não estão dispostos a continuar reprimindo seus vizinhos, como o sindicato policial que pediu a prisão da Troika [designação cada vez mais frequente para União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional]. De qualquer forma, a lição para nós deveria ser outra: “Sozinhos, os gregos não podem. Precisam de nossa ajuda”
* Isaac Rosa (Sevilha, 1974) publicou os romances O País do Medo (2010, Planeta) e, ainda sem tradução para o português, La malamemoria (1999), posteriormente reelaborada em Otra maldita novela sobre la guerra civil! (2007), El vano ayer (2004, adaptada para o cinema como La vida en rojo), e La mano invisible (2011)
Terminada a festa do rei Momo o planeta Brasil recomeça a girar ... Muita gente vai, agora, ver como ficaram as dívidas, as contas não pagas, alguns prejuízos ... mas acabam negociando consigo mesmas, com um simples e direto "... mas valeu a pena". Será ?
"Procuro ternurar as escuridões que insistem
em grudar no meu infinito
Olho no fundo do teu olhar,
ele não foge mas faísca medos.
Busco no fundo da alma gotas de belezas
para acarinhar o desconhecido
e não deixar que nossas diferentes emoções
caiam pelo chão e quebrem os nossos cristais.
Alimento o teu olhar para depois me emocionar
com o seu pedido de amor
Quanta dor eu preciso abraçar,
quanta desesperança eu ainda posso aninhar?
Passo a acreditar,
o olhar é a janela da alma."
Deusa
Já é possível ouvir os tambores da nova guerra. Os interessados procuram criar o 'clima' ideal diante da opinião pública, fabricando um novo inimigo, o Irã. O neoliberalismo está cobrando caro a própria morte. Desde a primeira guerra do Golfo que a máquina de guerra anglo-saxônica não para de funcionar, buscando aliados aqui e ali, passando por cima das resoluções da ONU que, afinal, é mero figurante diante dos pré-decididos bombardeios humanitários para implantar a democracia ocidental, burguesa, branca, ango-saxônica, calvinista ...
Tempos estranhos e confusos. Quem imaginaria, quatro anos atrás, que a velha Europa se desfaria? Quem imaginaria que a chamada Revolução do Jasmim, na Tunísia, em janeiro de 2011, desencadearia uma reação que ainda não terminou, colocando um novo e inimaginável ator: as multidões, no cenário político e social do mundo? Quem imaginaria que os poderosos passariam a temer a internet como o diabo (dizem) teme a cruz ?
Estamos em plena transformação social com todos os componentes complementares juntos. O povo, as multidões, saíram da letargia de décadas e perceberam que o mundo não vai melhorar nas mãos de políticos e de religiosos. Tanto a política quanto a religião são por demais conservadoras e, sobretudo, são ferramentas de controle e não de libertação. Hoje, muitos sabem disso !
Mesmo com pouco pão e muito circo ... o Carnaval, logo as pessoas deverão - necessariamente - que retomar suas vidas, suas rotinas, suas obrigações e muitos deveres para com uma sociedade em crise. Homens muito importantes, de terno e gravata, com maletas muito importantes, cheias de documentos importantes e vazias do essencial voltarão a transitar, falando grosso, fazendo poses imponentes, ... muito importantes na encenação de que tudo se arranja, que tudo se resolve em favor dos mesmos.