De um texto da psicóloga brasileira Tânia Ferreira: "Durante nossa estadia em Angola um fato nos chamava atenção. A maioria das pessoas o tempo todo fala "sim" e "yá" (corruptela do sim), para qualquer coisa que se diga. Poucas pessoas tem o hábito de refutar ou debater alguma afirmação, para melhor compreensão sobre algum fato da realidade. (...) A cultura da obediência é reforçada pelo autoritarismo existente. Há ainda uma forte cultura militar. Militares são vistos andando fardados como um símbolo de seu poder. Há além disso, em toda parte, "pequenos poderes" exercidos por funcionários públicos que são acionados, tentando controlar a vida dos cidadãos angolanos, ou amedrontamento dos cidadãos sobre qualquer fato que julgam "violar" regras." Aqui.
Comentário: seria interessante testar o quadro analítico de Tânia na nossa realidade, onde, por exemplo, a nível de certos círculos produtores de opinião, se preza evangelicamente a cultura do unanimismo, a cultura analítica do mesmismo político, onde a opinião contrária é encarada com suspeição, como herética, como sendo antigovernamental, etc.