Dias atrás assisti a um episódio de seriado policial europeu (Wallander.uk), quando depois de elucidar um crime horrendo, o investigador entra no ateliê do pai, já envelhecido, e chorando diz: não aguento mais, pai! O pai continua pintando por alguns instantes, e depois se volta para o filho e pergunta: lembra-se quando me perguntava por que eu pinto sempre a mesma coisa? E eu procurava lhe explicar que por mais que tentasse não conseguia pintar outras coisas que não fossem paisagens?
- Você acha que conseguiria deixar de fazer o que faz?
Fiquei pensando nesses muitos anos em que tento não escrever sobre política ou sociedade e não consigo.
Voltando ao desfecho desse episódio. O pai, sorrindo, disse ao filho. Acho que minha única solução será aproveitar o que resta da minha mente e irmos a Roma ver pinturas diferentes. Acha que isso é possível? O filho acenou que sim, com a cabeça, sorrindo e compreendendo onde o pai queria chegar.
Acho que também quero ir a algum lugar ver coisas diferentes. Pinturas, esculturas, uma boa música, uma arquitetura diversa da habitual ... qualquer coisa que mostre que a vida é mais do que a rotina.
- por Paulo Santos