Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

08
Out 13
publicado por animalsapiens às 11:56

01
Out 13

"Homem, conhece-te a ti mesmo, por ti mesmo" - Dizem ser esta a frase original que constava no Oráculo de Delfos, na antiga Grécia.

publicado por animalsapiens às 11:45

30
Nov 12

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderiamos ganhar, por simples medo de arriscar". (Autor desconhecido)

publicado por animalsapiens às 09:45

25
Nov 12

Por várias razões, o filme 'As pontes de Madison' é uma bela produção. Primeiro por trazer para as telas uma sutil crítica ao moralismo burguês, tanto estadunidense, quanto de outras partes do mundo. Em segundo lugar, por tomar uma situação bastante comum como eixo temático e, principalmente, por colocar o dilema ético do amor, dividido entre o senso de dever, o autossacríficio, e a plenitude da alma realizando-se num profundo e maduro amor que (re)surge na maturidade.


Um fotógrafo de passagem por uma fazenda, descobre nas conversas com uma dona de casa a possibilidade de realização do amor sem paixão passageira, mas do amor amadurecido pelo tempo e pela experiência. Ao final do filme, aparece o momento da decisão entre o senso de dever e o amor possível. Não vamos tirar do eventual leitor desse blog a oportunidade de descobrir por si mesmo, todos os meandros desse belo filme que não envolve corpos musculosos e figurino caro, mas apenas duas pessoas maduras e amadurecidas vivendo um dilema comum e, talvez, o mais atormentador de todos.


Se 'o coração tem razões que a própria razão desconhece', como escreveu Blaise Pascal, eis uma boa oportunidade de pensar - muito - sobre o assunto !


- por Paulo Santos


......................


Ficha técnica:


The Bridges Of Madison County. 1995.
Ano de Lançamento: 1995
Gênero: Drama, Romance
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep e Annie Corley
Produção: Warner Bros. Pictures, Amblin Entertainment

publicado por animalsapiens às 10:03

17
Nov 12

MORA NA FILOSOFIA

 

Para Sócrates a essência da filosofia é o conhecimento de si mesmo. Sem que se saiba de si, como saber dos outros? O bom julgador a si se julga, não é mesmo? Cristo santificou o axioma com a resposta que deu a Pilatos, quando perguntado: “O que é a verdade?” “Eu sou a verdade”, Ele respondeu, dando a entender que cada um de nós só pode verdadeiramente conhecer a si mesmo e a mais ninguém. “Eu sou eu e a minha circunstância” – é o que Ortega y Gasset acrescenta ao postulado socrático. A pessoa pode até insurgir contra o que o mundo faz de sua vida, pode indignar, espernear e tentar com ou sem êxito, mudar o mundo, mas acabará confirmando que assumiu a circunstância, mesmo repudiando-a. Queiramos ou não, temos que viver a partir dela. O samba“Mora na Filosofia”, de autor por mim desconhecido, tem lá seu significativo refrão: “Por que rimar amor e dor?”

 

Baruch Spinosa, o mais legível dos filósofos, disse mais ou menos assim: se você aliena a interioridade e cai nos braços da exterioridade, passa a viver fora de si, perde o amor próprio e pode ganhar o ódio dos outros, chegando até mesmo à beira da morte, dentro do perigoso rio das peripécias letais. O ciúme, como o remorso, é um valor pejorativo, um sofrimento degradante, que foge ao âmbito do apetite e do desejo. Monstro dos olhos verdes, como se diz. Desamor de si mesmo pelo super-amor de quem talvez não o mereça? Entre Heidegger e William James fica o paradoxo comportamental na modernidade: a metafísica (o ser) e o pragmatismo (o ter). Paradoxo que pode ser ilustrado pela velha história de quando Deus quer fazer um carvalho, leva vinte anos; e quando quer fazer um pé de abóbora, gasta apenas poucos meses.

 

Kierkegaard: “Grande é alcançar o eterno, mas ainda maior é guardar o temporal depois de a ele ter renunciado (...) . O prodígio foi Abraão e Sara terem sido bastante jovens para manterem acesa a chama do desejo: foi a fé inquebrantável no valor mais alto que manteve neles o desejo e, com o desejo, a juventude”. Theodor W. Adorno: “A masoquista cultura de massa constitui a manifestação necessária da própria produção onipotente” (ele falava da ruindade musical de nosso tempo) “e corresponde ao comportamento do prisioneiro que ama a sua cela porque não lhe é permitido amar outra coisa”. Friedrich W. Nietzsche (cito de memória): “A tendência da filosofia é tornar-se cada vez mais política e até policial”. Michel de Montaigne cita Cícero para dizer porque amava outra pessoa: “O amor é o desejo de alcançar a amizade de uma pessoa que nos atrai pela beleza”. Essa pessoa, que ele amava, quem era? Ele não sabia explicar o quanto amava a quem amava, senão dizendo “porque era ela, porque era eu”.

 

Jean- Paul Sartre: “O homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio, livre porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer”. O progresso filosófico (como diz Richard Rorty) não é questão de resolver problemas ou penetrar em mistérios, mas sim, como disse Wittgenstein de “indicar à mosca a saída da garrafa na qual ela está presa”. Anaxímenes, da antiguidade grega: “Assim como toda ordem do mundo está bafejada de ar e brisa, nossa alma é como o ar que nos envolve e domina”. A verdadeira alegria é uma coisa muito séria, diz Sêneca, da antiguidade romana, que também disse: “Vive com os homens como se Deus estivesse vendo; fala com Deus como se os homens estivessem ouvindo”. E o brasileiro Sérgio Paulo Rouanet escreve: “Quanto a Freud, é impossível compreender a ressurreição contemporânea de velhas patologias como o fundamentalismo, o nacionalismo, o racismo, a agressividade interétnica e o terrorismo, tanto o Religioso como o de Estado, sem o auxílio de categorias freudianas como o narcisismo de grupo, a pulsão de morte, o medo de castração e a nostalgia da hora”.

 

Para concluir, algumas pérolas da sabedoria popular (traduzidas da erudita ou a erudita é que se valeu dela?): “Quem não tem couro, não faz trato com cuíca; quem toma a carapuça é porque lhe cabe; quem não pode com o pote, não põe a rodilha na cabeça; cumbuca de pimenta não perde o ardume; em terra de sapos, andemos de cócoras; quem fala do diabo, pisa no rabo; quem tem cabeça de cera não deve pô-la ao sol; Deus dá o toucinho, o Diabo tira o jirau; se tem formiga na escada, tem doce lá em cima; louvor em boca própria é vitupério; o prometer anda nas ancas do dar; quando se procuram porcos, até as moitas roncam; quem de mel se faz, as abelhas lhe lambem; quem o alheio veste, na rua o despe; terra movediça não cria limo.

 

Lázaro  Barreto/Minas Gerais

publicado por animalsapiens às 21:46

23
Out 12

"O mal está apenas guardando lugar para o bem. O mundo supura é só a olhos impuros. Deus está fazendo coisas fabulosas. Para onde nos atrai o azul? - calei-me. Estava-se na teoria da alma." (Guimarães Rosa, em Tutaméia)

publicado por animalsapiens às 11:26

15
Jul 12

Novo post em blog do ozaí

A dor da decepção

by Antonio Ozaí da Silva

Quem não teve alguma decepção na vida? Quem não decepcionou alguém? Por que as pessoas causam decepções, por que se sentem decepcionadas? De quem é a culpa?! Será que se trata de procurar culpados? Por que temos dificuldades em superar as decepções da vida? Por que as feridas não cicatrizam, mesmo quando parecem curadas?

A razão é o contraponto da sensibilidade. Também ela é humana. Ela nos impele adiante. Tentamos racionalizar a dor que sentimos, compreendê-la e superá-la. O perigo é cairmos no extremo oposto e deixarmos que a racionalidade predomine a ponto de perdermos a capacidade de sentir. Estamos o tempo todo no limiar da razão e da emoção. Somos paradoxais! Pensamos racionalmente e agimos emotivamente; doutras vezes, quando o sentimento deveria predominar, nossas ações são racionais, frias e formais. É difícil encontrar o equilíbrio entre o pensar e o agir, entre a razão e a emoção. Somos razão e sentimento.

A racionalidade pode contribuir para a superação da decepção, mas nada garante que as feridas sejam cicatrizadas definitivamente e que deixemos de sentir a dor da decepção. Por que é tão intensa que nem a razão consegue anestesiá-la? O filho sofre intensamente ao decepcionar-se com o pai, o irmão decepciona a irmã, a mãe decepciona-se com a sua filha, a moça com o seu namorado, a mulher com o seu esposo, o aluno com o seu professor, o amigo com o amigo,– e vice-versa. Os que se admiram, se gostam e se amam decepcionam-se reciprocamente. Todos sofrem! Por que?!

O dicionário Aurélio talvez nos ajude a compreender. Ele ensina que a palavra decepção significa “malogro de uma esperança; desilusão, desengano, desapontamento”. O verbo decepcionar, por sua vez, tem o sentido de “desiludir(-se), desapontar(-se), desencantar-se”. Como, então, não sofrer quando as esperanças são frustradas e dão lugar à desesperança e ao desespero? Como não sofrer se quem amamos e confiamos plenamente nos desaponta? Como evitar o sofrimento se o encantamento do amar e sentir-se amado é atingindo em seu âmago? Como não decepcionar-se quando se é abandonado num campo minado e depende-se apenas das próprias forças para sobreviver? Como não desapontar-se quando nos momentos em que mais se necessita de apoio não é possível contar com o amor, a amizade, a solidariedade de quem mais se espera? Por mais que a razão encontre argumentos para a compreensão das atitudes humanas é difícil não sentir a dor da decepção.

Por outro lado, o Aurélio nos permite ver de outra maneira. Se decepção também significa “desilusão” e decepcionar é “desiludir-se”, então devemos nos perguntar se não estávamos iludidos, se não vivíamos uma ilusão. A desilusão e o desiludir-se indicam a perda das ilusões. Tentemos ver pelo lado positivo. Perder as ilusões nos emancipa do objeto/pessoa que nos iludia. Desiludir-se é estar livre, liberto! De qualquer forma, não nos apressemos a culpabilizar o outro, pois muitas vezes somos nós próprios que alimentamos as ilusões, ou seja, construímos modelos ideais e projetamos no outro.

Por que?! Talvez a resposta seja mais simples do que imaginamos. Somos humanos, e, portanto, seres emotivos, sensíveis. Por isto, indubitavelmente, sofremos. Sofrer é da condição humana. Aceitemos o sofrimento como inerente ao viver. Ainda que o outro seja o causador do nosso sofrer, tentemos compreender e aprender a perdoar as fraquezas humanas. Talvez devamos agradecer por nos libertar das ilusões que nutríamos. Quem sabe seja o lenitivo que precisamos para suportar a dor da decepção. Muito mais difícil do que superar o sofrer do desapontamento seja a consciência de ser o motivo da dor da decepção! Seja como for, é insensato nutrir a dor da decepção, pois ela pode transformar-se em ressentimento. É preciso seguir vivendo, e é muito mais difícil quando as mágoas persistem!

Antonio Ozaí da Silva | 14/07/2012 at 22:33 | Categorias: reflexões do quotidiano | URL: http://wp.me/pDZ7T-uS

 

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publicado por animalsapiens às 14:05

20
Mai 12
Um post interessante, oportuno e atual !

Vale lembrar que o Iluminismo do século 18 deixou três vertentes, herdeiras de sua 'racionalização' do mundo e da vida, nos principais aspectos da sociedade: o Marxismo, pelo aspecto político-econômico; o Espiritismo, no que diz respeito à fé/religião, e o Evolucionismo, no campo da ciência. Isso dá interessantes reflexões !!

Paulo S.
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Novo post em blog do ozaí

O marxismo é religião?

by Antonio Ozaí da Silva

Certa feita, num evento acadêmico, causou acirrada polêmica e furor um comentário sobre as afinidades eletivas entre marxismo e religião. Não foi meu intuito afirmar que o marxismo em geral é uma espécie de religião laica. Apenas chamei a atenção para o fato de que determinados comportamentos, observados em minhas vivências, muito se assemelham a uma forma religiosa de conceber e praticar uma ideologia. Outro dia, por exemplo, a fala de um companheiro, seu tom de voz e gesticulações, aliado ao conteúdo sectário da sua mensagem, mais me parecia uma pregação profética de verdades dogmáticas. Contribuía até mesmo a aparência física do falante, com sua barba branca que assinalava o passar dos anos. Era um discurso de fé e defesa da ortodoxia. Mais parecia que estava diante de um profeta falando para discípulos convertidos. E não é uma questão de idade. Noutra ocasião, observando um jovem acadêmico a defender o marxismo, tive a impressão de estar perante um sacerdote neófito.

Compreendo a paixão que move uns e outros, mas parece-me que são tênues os limites entre a adesão voluntária e racional a uma determinada ideologia – um ismo qualquer – e a transubstanciação desta em uma crença ortodoxa, à maneira religiosa. Parece-me, portanto, que, em determinados contextos, as ideologias laicas adquirem caráter religioso. Então, seus profetas, pequenos sacerdotes e seguidores, acríticos e papagaios de slogans, agem à maneira dos grandes e pequenos inquisidores. E se não nos lançam na fogueira da inquisição laica é, simplesmente, porque não tem o poder.

Felizmente, este tipo de comportamento não é geral. No entanto, parece-me que há uma certa vinculação entre fé e ideologia. É uma hipótese. Será que as ideologias embutem em si um certo messianismo? Não expressam o desejo humano de construir o paraíso aqui na terra? Estou convencido de que os sonhos de sociedades perfeitas são perigosos. O ser humano real é imperfeito. As sociedades criadas pelo humano são imperfeitas. Imaginar a ordem social perfeita é idealismo – ainda que em nome do materialismo dialético.

Bem sei que há marxistas que não são dogmáticos nem agem à maneira religiosa. Mas também há a patrulha ideológica que, diante de qualquer possibilidade de crítica ao cânone, logo buscam os rótulos políticos – quando não o mero xingamento – para afastar os críticos. De qualquer forma, estas reflexões me fizeram lembrar a leitura de Tempos interessantes: uma vida no século XX, do historiador marxista Eric J. Hobsbawm. Neste livro, Hobsbawm faz referências a termos próprios da religião. Por exemplo, ao analisar o Movimento Comunista Internacional após a morte de Stalin, escreve:

“Embora a Igreja Comunista Universal tivesse feito surgir diversos grupos cismáticos e hereges, nenhum dos grupos rebeldes que ela gerou, expeliu ou matou jamais conseguiu estabelecer-se além do âmbito local como rival, até que Tito o fizesse em 1948...” (p. 226).[1]

O marechal Josip Broz Tito, dirigente máximo da ex-Iuguslávia socialista, foi “excomungado” da “Verdadeira Igreja”, até que, em 1955, houvesse a reconciliação com Kruchev. E os comunistas que tiveram que aceitar a excomunhão, agora se viam obrigados a reconsiderar.

Segundo Hobsbawm, “Para os jovens revolucionários de meu tempo, as manifestações de massa eram equivalentes às missas papais para os católicos devotos” (p. 354). É muito interessante o seu depoimento sobre o significado do ser comunista naquela época:

“Para os que, como eu, se tornaram comunistas antes da guerra, e especialmente antes de 1935, a causa do comunismo era em verdade algo a que pretendíamos dedicar nossas vidas, e alguns de fato o fizeram. A diferença crucial veio a ser entre os comunistas que passaram a vida na oposição e aqueles cujos partidos tomaram o poder, e que portanto se tornaram direta ou indiretamente responsáveis pelo que ocorreu em seus regimes. O poder não corrompe necessariamente as pessoas como indivíduos, embora não seja fácil resistir a sua corrupção. O que o poder faz, especialmente em tempos de crise e de guerra, é tornar-nos capazes de realizar e justificar coisas inaceitáveis se fossem feitas por indivíduos privados. Para os comunistas como eu, cujos partidos nunca estiveram no poder nem metidos em situações que exigissem decisões sobre a vida ou a morte de outras pessoas (resistência, campos de concentração), as coisas foram mais fáceis” (p. 150).

Ser comunista nesta fase, segundo o título da autobiografia de Giorgio Amendola, líder comunista italiano antes da guerra, era “Uma escolha de vida” (Una scelta di vita) (p. 150). Exigia dedicação plena ao partido:

“O “partido de vanguarda” leninista era uma combinação de disciplina, eficiência executiva, completa identificação emocional e um sentimento de dedicação total” (p. 155, grifo do autor).

Um exemplo ilustrativo da “fé” no partido é o depoimento de um amigo do autor, Tedy Prager, sobre uma militante comunista, Freddie, que ficou presa sob uma viga após a detonação de uma bomba inimiga despejada em Cambridge, durante a Segunda Guerra Mundial, mas precisamente em 1941:

“Ela gritava que o fogo estava queimando seus pés, e eu continuava a dar machadadas na viga, mas nada acontecia. Pobre Freddie... Não adianta, ela agora gritava, vou morrer. E então, enquanto as lágrimas me vinham aos olhos devido ao desespero e à fumaça, tão exausto que não conseguia levantar o machado, ela bradou: Viva o Partido, viva Stalin... Viva Stalin, gritava ela, e adeus rapazes, adeus Tedy” (citado p. 155).

Segundo Hobsbawm:

“Freddie não morreu, mas teve as pernas amputadas. Na ocasião, nenhum de nós consideraria surpreendente que as últimas palavras de um membro moribundo do Partido fossem para o Partido, para Stalin e para os camaradas. (Naquele tempo, a idéia de Stalin entre os comunistas estrangeiros era tão sincera, tão natural, tão imaculada pelo que se soube depôs, e tão universal quanto a genuína dor que sentimos em 1953 por ocasião da morte de um homem que nenhum cidadão soviético desejaria – ou ousaria – chamar por um apelido como “tio Joe” na Inglaterra ou “Bigodudo” [Baffone] na Itália. Nossas vidas eram para o Partido. Devíamos tudo o que tínhamos e recebíamos de volta a certeza de nossa vitória e a experiência da fraternidade” (p. 155-156).

“Aceitávamos a absoluta obrigação de seguir a “linha” que nos era proposta, mesmo se discordássemos dela, embora fizéssemos esforços heróicos para nos convencer de sua “correção” intelectual e política a fim de defendê-la, como se esperava de nós. Ao contrário do fascismo, que exigia abdicação automática e submissão à vontade do líder (“Mussolini sempre tem razão”) e o dever incondicional de obedecer a ordens militares, o Partido – mesmo no auge do absolutismo de Stalin – apoiava sua autoridade, pelo menos em teoria, no poder de convencimento da razão e do “socialismo científico”. Afinal de contas, supunha-se que fosse baseado numa “análise marxista da situação”, que todos os comunistas deveriam aprender a fazer” (p. 156).

A dedicação abnegada ao partido era plena e incluía, inclusive, aspectos da vida privada e sentimental:

“Fazíamos o que o Partido nos mandava fazer. Em países como a Grã-Bretanha ele não nos requisitava nada de muito dramático. Na verdade, não fosse sua convicção de que aquilo que faziam estava salvando o mundo, os comunistas poderiam sentir-se entediados com as atividades rotineiras de sue Partido, conduzidas segundo o ritual costumeiro dos movimentos trabalhistas ingleses (camarada presidente, minutas de reuniões, relatório de tesoureiro, resoluções, contatos, vendas de livros, e tudo o mais) em casas particulares ou salas de reunião pouco acolhedoras. Mas obedeceríamos a quaisquer ordens que o Partido nos desse. Afinal, a maioria dos quadros soviéticos e do Komintern, no período do terror stalinista, que sabiam o que os esperava, acataram a ordem de regressar. Se o Partido mandasse abandonar o amante ou o cônjuge, obedecia-se. Após 1933 o Partido alemão no exílio ordenou a Margaret Mynatt (mais tarde inspiradora das Obras completas de Marx e Engels em língua inglesa) que fosse de Paris para a Inglaterra, pois precisava de alguém em Londres, e, como a entrada de comunistas alemães conhecidos era negada, foi necessário contar com um camarada com documentação britânica válida. Sem um momento de hesitação ela abandonou o amor de sua vida (assim me disse ela mais tarde) e partiu. Nunca mais o viu (ou seria a viu?) novamente” (p. 156-157).

“Era impensável qualquer relacionamento sério com quem não fosse membro do Partido ou estivesse para ingressar (ou reingressar)” (p. 157).

Este também foi o caso do primeiro casamento do autor:

“Naturalmente ela era também comunista; filiou-se ao Partido quando casamos – naquela época eu consideraria inconcebível casar com que não fosse membro do Partido...” (p. 200).

“Confesso que no momento em que percebi ser capaz de imaginar uma verdadeira relação com alguém que não fosse recruta potencial do Partido compreendi que já não era mais comunista no sentido integral de minha juventude” (p. 157).

Ser comunista pressupunha um ethos, uma moral revolucionária, uma conduta objetiva e subjetiva, a fé no socialismo e no partido:

“Nesses tempos a sociedade deles é uma versão em miniatura da sociedade ideal, na qual os homens são irmãos e sacrificam tudo pelo bem comum sem abandonar sua individualidade. Se isso é possível no âmbito do movimento, por que não será possível em toda parte” (p. 158).[2]

“A essa altura eu havia reconhecido, com Milovan Djilas, que tratou extraordinariamente vem da psicologia dos revolucionários, que “essa é a moralidade de uma seita”, mas que isso é precisamente o que lhes deu tanta força como impulsores da mudança política” (p. 158).

Hobsbawm enfatiza que “o comunismo representou o ideal de transcender o egoísmo e servir toda a humanidade sem exceção” (p. 160). Isto exigia sacrifícios:

“Dureza, até mesmo falta de piedade, fazer o que tinha de ser feito, antes, durante e depois da revolução, era a essência do bolchevique. Era a reação necessária aos tempos” (p. 160-161).

“Na guerra total em que estávamos metidos, não nos perguntávamos se deveria haver limites aos sacrifícios impostos a outrem, mais do que a nós mesmos. Como não estávamos no poder, nem era provável que chegássemos a ele, esperávamos ser prisioneiros, mais do que ser carcereiros” (p. 161)

“Havia partidos comunistas e seus funcionários, como André Marty que aparece em Por quem os sinos dobram, de Hemingway, que se orgulhavam de seu bolchevismo “duro como aço”, e não menos o Partido Comunista soviético, no qual este se juntava à tradição absolutista de poder ilimitado e à brutalidade da existência russa cotidiana para produzir as hecatombes da era stalinista” (p. 161-162).

“... a prova de sua devoção à causa era a disposição de defender o indefensável.[3] Não era o credo cristão Credo quia absurdum (“acredito porque é absurdo”), e sim o constante desafio: “Podem me experimentar mais: como bolchevique, eu não sucumbo” (p. 162).

A fé pressupõe unicamente a crença. Não há algo de religiosidade neste ethos comunista? O leitor pode argumentar que o depoimento de Hobsbawm se refere ao período stalinista, ao período do culto à personalidade. Tem razão. Mas será que o culto aos líderes, a transformação da teoria dita revolucionária em dogma e a defesa da ortodoxia são aspectos restritos ao predomínio do “guia genial dos povos”? Afinal, há ou não manifestações ideológicas autodenominadas marxistas que mais se assemelham a seitas religiosas? Há ou não afinidades eletivas entre marxismo e religião? Qual a sua opinião, caro leitor, cara leitora?


[1] Todas as citações são de: HOBSBAWM, Eric J. Tempos interessantes: uma vida no século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 (grifos meus).

[2] Esse trecho é citado pelo próprio autor e refere-se ao que escreveu logo após a crise de 1956, quando se “encontrava mais próximo das convicções da juventude” (p. 158).

[3] Hobsbawm se refere a Theodore Rothstein, fundador do PC britânico, que sofreu muito ao cair em desgraça aos olhos de Moscou.

Antonio Ozaí da Silva | 19/05/2012 at 23:23 | Categorias: marxismo, religião | URL: http://wp.me/pDZ7T-s8

 

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publicado por animalsapiens às 12:36

06
Mai 12

Novo post em blog do ozaí

Sobre a morte… e a vida!

by Antonio Ozaí da Silva

*“A existência de que desfrutais é igualmente dividida entre a morte e a vida. O primeiro dia do vosso nascimento vos encaminha para morrer como para viver” (MONTAIGNE, 2010, p. 77)

“Ao nascermos, morremos, e o fim decorre da origem” (Manílio, IV, 16) [1]

 Por que escrever sobre a morte? Por que pensar sobre o inexorável? Por que consumir o precioso tempo de viver, tempo que não retorna, para refletir a respeito da verdade absoluta da finitude da existência? Não é melhor simplesmente viver a vida sem pensar e submergir no cotidiano dos dias que passam? Morreremos! Que a vida seja intensa em toda a sua plenitude e, de certa forma, esqueçamos de morrer. É preciso viver como se não houvesse o amanhã. Carpe diem!

Não obstante, a morte nos surpreende e caminha ao nosso lado, em nós, desde o momento em que a vida é concebida. Para o feto, ainda em desenvolvimento no ventre materno, a vida é apenas uma possibilidade. O nascimento não representa a vitória sobre a morte, mas simplesmente a continuidade do ciclo da vida. Vida e morte se unem no mesmo ser, e o corpo que se desenvolve, robusto e saudável, já começou a morrer. Não há certeza de que chegará ao tempo da velhice. Seja como for, não resistirá aos ditames da natureza.

Este não é um processo meramente biológico. Se a vida e morte humana transcorressem meramente como uma evolução biológica seríamos reduzidos à categoria de um animal qualquer. Somos animais, mas diferentes. Não pautamos nossa vida apenas pelos instintos, ainda que sejam importantes. O animal não-humano institivamente sente que vai morrer; o ser humano tem a consciência da morte e, culturalmente, desenvolve mecanismos protetores e compensadores diante da certeza da finitude e do pós-morte. A espécie humana se imagina especial destinado a uma vida post mortem e elabora diversas teorias e crenças na esperança de que a vida seja eterna.[2] A morte humana transfigura-se num ritual cultural, religioso e social, circunscrito no tempo e no espaço histórico. Povos e grupos sociais, nas mais diversas sociedades e culturas, têm o seu modo específico de conviver, ritualizar e conceber a morte.

A consciência da morte é humana. Talvez por isto, assuma a face de um drama desesperador e, muitas vezes, insuperável. Embora esteja presente no dia-a-dia, sempre nos parece distante, pertencente a um futuro que nos recusamos a vislumbrar e se refere aos outros. Por que transformamos a morte num tema tabu? Por que a dificuldade em aceitá-la com naturalidade? Não é mais sensato aprender a conviver com a certeza de que morreremos?

Montaigne ensina que a sabedoria está em aprender a não ter medo de morrer. Meditar e aprender sobre a morte é parte do aprendizado do viver bem. Para ele, recusar esta verdade é estupidez:

A morte é o fim da nossa caminhada, é o objeto necessário de nossa mira; se nos apavora, como é possível dar um passo à frente sem ser tomado pela ansiedade? O remédio do vulgo é não pensar nela. Mas de que estupidez brutal pode vir cegueira tão grosseira? É pôr a brida na cauda do burro (MONTAIGNE, 2010, p.63).

Por outro lado, também é risível vincular a morte à idade. É ridícula a arrogância dos jovens diante da velhice, como se a partir de certa idade a morte se anunciasse no rosto enrugado e no corpo decrépito. Quem sabe o horror ao longevo se explique mais pelo espetáculo da morte anunciada do que por antecipar o futuro indesejado ao jovem. Os critérios da morte não são definidos pela certidão de nascimento. O aborto, o natimorto, a morte na infância e adolescência e em qualquer tempo da vida, mostra a sandice de se imaginar imune ao destino finito de todo ser vivente:

Jovens e velhos abandonam a vida da mesma maneira. Dela ninguém sai de outro jeito senão como se tivesse entrado naquele instante, acrescentando-se a isso que não há homem tão decrépito que não pense ainda ter vinte anos no corpo enquanto enxergar Matusalém diante de si. E ademais, pobre louco que és, quem te fixou os prazos de tua vida (Id., 64).

Montaigne escreveu estas palavras aos 39 anos de idade – viveu mais 20 anos. O romano Marco Túlio Cícero provavelmente concordaria com ele. “Aliás, quem pode estar seguro, mesmo jovem de estar ainda vivo até o anoitecer?”, escreveu Cícero (2007, p. 53). Embora apologista da velhice, o sábio romano chamou a atenção para a insensatez de imaginar que a flor da idade torna o jovem imune à morte:

Alimentaria o jovem, apesar de tudo, a esperança de viver ainda muito tempo, enquanto isso é interdito ao velho? Mas vejam, é uma esperança insensata: que pode haver de mais insano que ter por certo o que não o é e por verdadeiro o que é falso? (Id.)

No entanto, a morte considerada prematura é mais impactante. Assim, é mais naturalmente aceita a morte na velhice do que a dos jovens e crianças. Cícero expõe em bela metáfora este paradoxo da vida humana:

Que há de mais natural para um velho do que a perspectiva de morrer? Quando a morte golpeia a juventude, a natureza resiste e se rebela. Assim como a morte de um adolescente me faz pensar numa chama viva apagada sob um jato d’água, a de um velho se assemelha a um fogo que suavemente se extingue. Os frutos verdes devem ser arrancados à força da árvore que os carrega; quando estão maduros, ao contrário, eles caem naturalmente (Id., p. 55)

Não há, porém, como escapar aos desígnios da morte. Com efeito, o contar do tempo é apenas a medida da vida vivida, nada diz sobre a intensidade do viver. O meu avô faleceu com 107 anos de idade, mas será que sua experiência de vida fez valer a pena tamanha longevidade? Na verdade, é preferível a morte ao prolongamento do viver sob a dor e sofrimento constantes e da perda do autocontrole sobre o próprio corpo.

Os avanços científicos tornaram possível o prolongamento da vida biológica, mas não garantem, necessariamente, qualidade de vida. Sob determinadas condições, chega a ser cruel a manutenção da vida – ainda mais quando prolongada artificialmente. O indivíduo que se encontra em tal situação perdeu a capacidade de decidir sobre si mesmo. Ainda que abandonasse os valores religiosos e morais que o formaram, não teria como solicitar que dessem cabo à vida. Se conseguisse, muito provavelmente não seria atendido, pois, em geral, a lei pune a eutanásia. Muito dificilmente algum familiar teria tal iniciativa. Só lhe resta viver – se se pode chamar assim a vida sob tais circunstâncias.

Isto me faz lembrar os struldbrugss, personagens da obra de Jonathan Swift, As viagens de Gulliver. Os struldbrugss, raros entre os luggnaggianos, eram imortais. Porém,

Quando alcançam os oitenta anos, o que é considerado o limite extremo da vida neste país, eles sofrem de todas as excentricidades e doenças dos demais velhos e, além delas, de muitas outras que surgiam com a atemorizante perspectiva de nunca morrer. Não apenas são teimosos, rabugentos, avarentos, taciturnos, presunçosos, tagarelas, como também são incapazes de sentir amizade e encontram-se mortos para todas as afeições naturais, que jamais se prolongam além dos seus netos. Inveja e desejos impotentes são as afeições que prevalecem neles. (...) Aos noventa leses perdem dentes e cabelos; com esta idade já não fazem nenhuma distinção de gosto, então comem e bebem o que puderem conseguir, sem ter apetite e nem satisfação com isso. As doenças que os atacam permanecem, sem evolução ou diminuição. Quando conversam, esquecem os nomes das coisas e os nomes das pessoas, até mesmo dos que são seus amigos e parentes mais próximos (SWIFT, 2003, p.253-255).

E daí para pior... Swift imaginou esta cena dantesca no século XVIII (a primeira edição do livro é de 1726). A ciência atual gera os struldbrugss modernos, embora não possa garantir a imortalidade. Talvez seja tempo das sociedades questionarem os valores que fundamental tais práticas.

A intensidade de uma vida não se mede pela quantidade de tempo vivido. Os animais não-humanos não contam o passar do tempo, apenas vivem. Viver a ver o passar das nuvens, imerso na mediocridade e restrito às funções vitais é diferente do viver intenso e qualitativo. Na vida, alguns meses podem ser mais significativos do que a longevidade:

A utilidade do viver não está na duração: está no uso que dele fizemos. Uma pessoa viveu muito tempo e pouco viveu. Atentai para isso enquanto estás aqui. Ter vivido bastante está em vossa vontade, não no número dos anos (MONTAIGNE, 2010, p. 81).

É possível acomodar-se, amoldar-se e simplesmente viver. Como notou Dostoiévski (1992, p. 68), para uso do cotidiano é “mais do que suficiente a consciência humana comum.” A consciência perspicaz trás à tona o sofrimento. O ser humano é o único capaz de sofrer por antecipação. Então, diriam o vulgo e o douto, por que refletir sobre a morte se esta indubitavelmente induz à angústia?

O comum e o douto que se recusa a pensar sobre a morte se iludem. Pois, ela pode ser sutil e fugaz; mas é impossível relegar sua presença. “Como é possível conseguirmos nos desfazer do pensamento da morte, e que a cada instante não nos pareça que ela nos agarra pela gola?”, pergunta Montaigne (2010, p. 66).

Por mais que façamos de conta que a nossa vez está inscrita em algum lugar do futuro indeterminado, não escapamos ao pensamento sobre a morte. Ainda que nos recusemos firmemente, ela nos espreita e pode nos surpreender. É preciso, portanto, que nos preparemos:

aprendamos a arrostá-la de pé firme e a combatê-la. E para começar a tirar-lhe sua grande vantagem sobre nós, tomemos um caminho totalmente oposto ao comum. Tiremos-lhe a estranheza, frequentemo-la, acostumemo-nos com ela, não tenhamos nada de tão presente na cabeça como a morte: a todo instante a representemos em nossa imaginação em todos os aspectos (Id., p. 68).

Onde ela nos encontrará? Impossível saber:

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio... (Raul Seixas) [3]

 

Há muitas formas de morrer. “É incerto onde a morte nos espera, aguardemo-la por toda parte” (MONTAIGNE, 2007, p. 69). O poder econômico, por exemplo, é incapaz de evitar a morte provocada por uma picada de mosquito. Sejamos mais sensatos e humildes, reconheçamos a fragilidade da existência.

Para Montaigne, a morte está relacionada com a liberdade. Somos mais livres na medida em que nos preparamos para morrer:

Meditar previamente sobre a morte é meditar previamente sobre a liberdade. Quem aprendeu a morrer desaprendeu a se subjugar. Não há nenhum mal na vida para aquele que bem compreendeu que a privação da vida não é um mal. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição” (Id., p. 69).

Retiremos as máscaras que nos iludem e nos aprisionam em nossos medos. Não é fácil, mas nos ajudará a conceber a vida e a morte em sua simplicidade:

É preciso tirar a máscara tanto das coisas como das pessoas. Quando for retirada, só encontraremos embaixo essa mesma morte pela qual um criado ou uma camareira passaram ultimamente sem medo. Feliz a morte que não deixa tempo para os aprestos de tal viagem (Id., p.83).

Os fantasmas que criamos são mais assustadores que a morte em si. No final, tudo terminará bem; ou seja, de qualquer forma será o final. Não adianta tentar escapar ao destino comum à condição biológica humana.

Referências

CÍCERO, Marco Túlio. Saber envelhecer e A amizade. Porto Alegre: L&PM, 2007.

DOSTOIEVSKI, Fiodor. Memórias do subsolo e outros escritos. São Paulo, Editora Paulicéia 1992.

MONTAIGNE. Que filosofar é aprender a morrer. In idem, Os Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p.59-83.

SWIFT, Jonathan. As viagens de Gulliver. São Paulo: Editora Nova Cultural: 2003.


* Publicado na REA, nº 131, abril de 2012, disponível em http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/16685/9012


[1] Citado em Montaigne, 2010, p. 77.

[3] Raul Seixas. Canto para a minha morte. Letra e vídeo disponível em http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48303/

Antonio Ozaí da Silva | 05/05/2012 at 17:16 | Categorias: reflexões do quotidiano | URL: http://wp.me/pDZ7T-rS

 

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publicado por animalsapiens às 12:18

15
Abr 12

“A humanidade não representa um desenvolvimento rumo ao melhor ou ao mais forte ou ao mais elevado tal como hoje se acredita. O ‘progresso’ é meramente uma ideia moderna, ou seja, uma ideia errônea. O valor do europeu de hoje fica muito abaixo do europeu da Renascença; não há qualquer relação necessária entre evolução e elevação, intensificação, fortalecimento” (F. Nietzche, in o O Anticristo).

 

Trecho transcopiado de: http://www.outraspalavras.net/2012/03/31/o-progresso-conduz-a-uma-vida-melhor/

publicado por animalsapiens às 17:48

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