Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

21
Out 13

'Nada é impossível mudar
Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.'

Sobre o autor: Bertolt Brecht (1898-1956), nascido em Augsburgo. Escritor e dramaturgo alemão, além de grande teórico teatral. Desde menino escrevia poesias de forte conteúdo social. Foi perseguido pelos nazistas pelo seu comunismo militante.

publicado por animalsapiens às 11:07

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Nov 12

Isadora Faber, do "Diário de Classe", tem casa apedrejada e sofre ameaças

Apesar das intimidações, a adolescente conta com o apoio da família para seguir denunciando as más condições do ensino e da escola onde estuda em sua página no Facebook

André Carvalho - iG São Paulo | 07/11/2012 14:37:15

Isadora Faber, criadora da página do Facebook "Diário de Classe" , ganhou notoriedade ao divulgar, na rede social, as más condições da escola pública onde estuda, em Florianópolis. A grande exposição que a garota de 13 anos passou a ter – atualmente a página conta com mais de 367 mil “curtições” – fez com que ganhasse admiradores e inimigos.

AE
A estudante Isadora Faber, de 13 anos, que criou a comunidade Diário de Classe no Facebook para relatar problemas da escola em que estuda em Florianópolis (29/08)

Ao denunciar, nas últimas semanas, por meio do “Diário de Classe”, a falta de conservação da quadra da escola e o fato do pintor contratado para fazer o serviço ter recebido o dinheiro adiantado pelo trabalho sem que tivesse cumprido a obra, a menina passou a viver um inferno particular.

Leia mais:  Família autora do “Diário de Classe” processa PSD de SC

Primeiro, conforme relatou no Diário de Classe, começou a receber ameaças da filha do pintor, Francisco da Costa Silva, de 47 anos. Depois, nesta segunda-feira, 5, teve a casa apedrejada, e sua avó, de 65 anos, que sofre de doença degenerativa, foi atingida, segundo Isadora.

Nesta terça, 6, quando estava junto com o pai no carro em frente ao colégio, o pintor e sua filha, a ameaçaram. Os incidentes levaram a família da adolescente a registrar, neste mesmo dia, dois boletins de ocorrência - um relativo às ameaças sofridas e outro por conta das pedradas –, e procurar o Ministério Público.

“Ela não vai parar”

Segundo a mãe da garota, Mel Faber, “a situação ficou séria e foi além da conta”. Ela afirmou que irá procurar a Promotoria da Infância e Juventude e preparar um dossiê para “buscar punição” tanto para o pintor Francisco da Costa Silva, quanto para a escola. Para ela “não dá pra argumentar com quem vem e atira pedra na gente”.

Sobre a instituição de ensino, ela afirma que a aluna segue estudando lá, apesar de dizer que “a escola tem responsabilidade” na atual situação de ameaças vivida por sua filha. Para a mãe, Isadora é vítima de bullying. “Os alunos ficam chamando-a de idiota, falando que ela está prejudicando a escola”, relata.

Mobilização: Críticas a escolas unem blogueiras mirins de Brasil e Escócia

Isadora não foi à aula nesta quarta-feira, 7. O motivo foi a presença em um seminário, onde recebeu apoio de estudantes e professores para seguir em frente com o “Diário de Classe”.

“Ela vai seguir atualizando a página, não quer parar”, diz Mel Faber. “Eu fico preocupada, mas incentivo, pois ela está certa e tem que seguir em frente. Se pararmos, será uma vitória para quem quer impedi-la de fazer justiça, então o ‘Diário de Classe’ vai continuar”, garante.

Leia tudo sobre: Diário de ClasseIsadora FaberFlorianópolisFacebookRedes SociaisEscolas Públicas

Transcopiado do Portal IG
publicado por animalsapiens às 09:48

01
Abr 12
 

Novo post em blog do ozaí

Sobre a Amizade

by Antonio Ozaí da Silva

*“Entre amigos tudo é comum”, já diziam os gregos. Eles foram os primeiros a estabelecerem a separação público e privado. A esfera pública diz respeito ao que deve ser compartilhado, colocado em comum; já o âmbito do privado se refere ao que pertence a cada indivíduo, à sua singularidade. A amizade se tece na interface entre o público e o privado. Através dela publicizamos a nossa individualidade, compartilhamos nossos desejos e sonhos. Mas isto não se dá aleatoriamente, e sim em comunidade. Esta é a chave da amizade: os amigos formam uma comunidade de compartilhamento, sentem-se em comum. Não se trata, portanto, de uma relação restrita a dois indivíduos, mas a um fórum mais amplo que inclui os que constituem “os amigos”. Isto não quer dizer que tudo entre eles é “comum”, nem que a relação de igualdade suprima as diferenças A amizade supõe um certo igualitarismo, fundado no que é comum, e divergências.

A amizade pressupõe partilha, igualdade. Não pode haver amizade em relações de poder, em que um se sobrepõe ao outro e um dos pólos se submete. “Quando se é amigo, mesmo se existir discordância ou rivalidade, é-se igual. Para um grego, só é possível ter amizade por alguém que é, de alguma forma, um semelhante: um grego para com outro grego, um cidadão para com outro cidadão” (p.28). [1] A política do “inimigo meu inimigo teu” exige submissão ao indivíduo que se considera o líder ou se imagina a personificação do grupo. A homogeneidade do grupo não pode descartar a diferença. “Não há philía sem rivalidade, éris” (Id.). A amizade pressupõe conflitos e, portanto, uma relação democrática. Sem discussão não se tem amizade, mas sim submissão.

A amizade inclui os amigos, mas também os colegas. A diferença talvez esteja no grau de intensidade: se considero alguém meu amigo, sinto-me mais próximo dele e mais predisposto a compartilhar; já o colega é alguém mais distante, porém, como o amigo, compõe o círculo, a comunidade, isto é, constitui uma referência.

A amizade pressupõe igualdade e partilha, mas não em qualquer circunstância e com qualquer um. Na verdade, escolhemos com quem compartilhar, quem é o nosso igual. A amizade é eletiva e seletiva. “As pessoas que escolhemos, aqueles com quem temos afinidades são aquelas que nos inspiram uma confiança total. Existe nisso algo da ordem da escolha, da avaliação; o “nós” não existe necessariamente apenas porque trabalhamos no mesmo setor ou porque temos as mesmas idéias” (p.30). É preciso sentir-se em comunidade. “E não existe comunidade sem philía, sem o sentimento de que, entre o outro e nós, alguma coisa circula, a qual os gregos podiam representar sob a forma de um daímõn alado, que voa de um para o outro” (p.31).

“Existimos com e pelos outros, que, ao mesmo tempo, são e não são como nós” (p.35). A amizade não é um percurso harmonioso, fácil de percorrer. Implica conflitos, transformações do eu e do outro. “É assim que se tece a amizade, por meio de percursos mais ou menos difíceis, de fracassos, de contra-sensos, de retomadas... Não existe imediato no homem. Tudo acontece por meio de construções simbólicas” (Id.).

A amizade pressupõe a luta por sua construção; ela não está dada a priori, tem que ser tecida. Se ela pressupõe fidelidade, como o amor, pode ocorrer a necessidade do rompimento, que se corte o tecido para ser fiel a si mesmo. Há indivíduos que precisam romper com os outros e com eles mesmos. “Só conseguem ser eles mesmos cortando não só o tecido que os une aos outros, como também aquele que os une a si mesmos” (p.37). Um exemplo dessa dupla ruptura é as cisões políticas e/ou religiosas. Muitos não conseguem consolidar o rompimento sem que se transforme no oposto do que eram.


* Anotações de leitura da obra Entre Mito e Política, de Jean-Pierre VERNANT (São Paulo: Edusp, 2002).

[1] Todas as citações são da obra supracitada.

Antonio Ozaí da Silva | 31/03/2012 at 21:05 | Categorias: leituras | URL: http://wp.me/pDZ7T-rf

 

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publicado por animalsapiens às 12:22

30
Mar 12

 

por Paulo R. Santos

 

Ouvimos por toda parte que os políticos são todos iguais, em malícia, interesses pessoais, hipocrisia etc. Não é verdade, por isso é bom abrir esse pequeno comentário salvaguardando as poucas exceções – é verdade –, mas que garantem algum andamento nas questões pertinentes ao interesse público.

 

Quanto à pergunta do título, a resposta parece ser simples. Tanto do ponto de vista ético, quanto do ponto de vista intelectual, os políticos de hoje estão vários pontos abaixo, inclusive daqueles dos tempos da ditadura. Sem saudosismo, nostalgia ou coisas que o valham, a história o prova: os políticos do passado tinham suas ideologias, suas bandeiras, seus princípios, formação intelectual (não necessariamente acadêmica) e ética, concordemos ou não com eles, no todo ou em parte.

 

Mas, então, o que houve de lá pra cá? A resposta parece ser simples também para essa questão: a política (partidária) foi privatizada. Da Câmara dos Vereadores, passando pelas Assembleias estaduais ao Congresso Nacional (Câmara e Senado), a maioria dos parlamentares está a serviço de empresas, corporações, Bancos ou religiões.

 

A política em si é ruim? Claro que não ! Política é, sobretudo, a arte (arte mesmo!) da convivência, e só por extensão é o ato de gerir o bem público. Todas as nossas atitudes são ações políticas. Silenciar ou falar. Tomar partido ou (supostamente) ser imparcial, são posicionamentos políticos. Nada que deixamos de fazer, ou que fazemos, deixa de ser um ato político.

 

E a política partidária ? Esta sim, está comprometida com interesses de classe, casta, grupos, empresas etc. A política dos partidos é partidária por representar interesses de uma parcela da população e nunca de toda ela.

 

A democracia é o melhor modo de conviver ? Não necessariamente. O problema é que ainda não inventamos outra forma melhor, e não desenvolvemos senso moral suficiente para que cada um seja capaz de controlar interesses pessoais (autogestão) ou de grupos, e deixar o bem coletivo acima deles. Além disso, as outras modalidades de convivência resvalam facilmente para ditaduras, seja de 'esquerda' ou de 'direita'.

 

Que fazer com a má política em vigor e com os maus políticos no poder ? Buscar conhecimentos relacionado à civilidade e urbanidade, e respeitar as regras indispensáveis ao bom convívio social. Conhecer minimamente as regras do jogo político para votar melhor, e não se deixar enganar. Não vender ou trocar votos por favores, pois assim você não tem como cobrar nada do político, pois – afinal de contas -, você já foi pago !

 

E se eu não fizer nada e deixar como está para ver como é que fica ? Fazendo isso você renuncia ao direito de reclamar, já que não se comprometeu em nada com a vida coletiva. Se os impostos aumentarem; se novos impostos aparecerem; se empresas forem claramente beneficiadas pelo “poder público”; se seus “representantes” não o representarem, mas representarem a si mesmos; se serviços essenciais deixarem de ser oferecidos; se faltar segurança ou cuidados com a saúde e educação; se as mortes no trânsito aumentarem junto com a corrupção política; se a incompetência administrativa se tornar um câncer ainda maior na máquina pública, … continue deixando como está até ver com fica !

 

 

publicado por animalsapiens às 13:20

12
Jan 12
publicado por animalsapiens às 20:45
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