Não foi a quebra de Bancos nos Estados Unidos que iniciou a atual crise financeira. Nem foi a suposta produção de armas de extermínio em massa que levou os EUA a atacarem o Iraque; nem o terrorismo da Al Qeda, ter como consequência a destruição do Afeganistão. Não foi a ausência de democracia ocidental na Líbia de Gaddafi que gerou a destruição do país com maior IDH da África, como não será o suposto enriquecimento de urânio por parte do Irã que ocasionará, eventualmente, um ataque dos EUA/Israel.
Sob as colinas de Golã, na Síria, existe muita água potável escoando por baixo de Israel e chegando a outras regiões, como à faixa de Gaza. Essas guerras e agressões têm outras motivações e interesses além da geopolítica e do petróleo. Água, combustível, cereais, controle de terras agricultáveis por parte dos países que estão em franco processo de esgotamento natural, como os europeus e anglo-americanos. E que ninguém se iluda, pois a América Latina é vista como reserva futura. A mentalidade colonizadora e imperialista ainda existe.
Enfim, o que está por trás de tudo isso é a ganância e o egoísmo humanos. A mesquinhez, o orgulho de raça, de crença ou de casta. A economia não é uma ciência oculta, mas a manipulação de interesses e um mecanismo de modulação do comportamento coletivo. Diante do risco de graves problemas ambientais, o bicho homem continua o predador de sempre. Os princípios elementares da solidariedade e do altruísmo virão, certamente, por força das circunstâncias, talvez quando já for tarde demais. As crises sociais são resultado da crise de humanidade.
- por Paulo Santos