Uma política desenvolvimentista tem sido a opção para surfar na crise econômico-financeira que assola o planeta. Manter empregos, mesmo que ao preço de aumentar o 'precariado'. Uma nova classe de gente que tem emprego de salários baixos, mas não tem como sonhar, projetar um futuro, já que o que ganha é suficiente apenas para o cotidiano. Esse pragmatismo aplicado em um momento de crise global se justifica até certo ponto, mas só até certo ponto.
A falta de investimentos maciços em educação, saúde, cultura e lazer, compromete o futuro e pode continuar alimentando o adoecimento coletivo, com os reflexos visíveis através do aumento da violência sob várias formas. A crise é, essencialmente humana, e de prioridades. De todo modo, o modelo capitalista ainda define decisões, haja vista que habitualmente o MEC - Ministério da Educação e Cultura - está sempre sob a batuta de um economista. A saúde não foge muito a essa lógica de números, cifras, tabelas e estimativas, ... nada muito humano.
O preço desse descaso virá em breve na forma de legiões de subempregados doentes, pragmáticos e incompetentes, com aumento do absenteísmo. Uma população de jovens analfabetos funcionais que já estão assumindo postos de decisão.