Será que a natureza também está em greve ? Os ipês, amarelos, brancos e roxos (cada vez mais raros) já deveriam florescer. No máximo um aqui outro lá, mas nada (ainda) daqueles buquês enormes a despontar no sertão, ao lado de pequizeiros, do buriti e do barbatimão, quando há. A natureza não se defende, mas como se vinga! Ouvi isso há muitos anos em algum lugar, de alguém que já não me lembro. Mas parece ser verdade. De tão maltratada parece que entrou em greve. Os tons de verde estão por aí, aguardando a primeira chuva para se uniformizarem num verde escuro mais forte e dominante.
Nas rodovias, caminhões de lenha, de carvão para alimentar os fornos das siderúrgicas. Talvez seja essa a resposta. É comum encontrar dois ou três caminhões de carvão em fila, atrasando o trânsito com aquela carga alta e criminosa que tomba não tomba à nossa frente, fazendo com que a prudência nos faça manter o veículo bem longe deles. A pele da terra vai sendo raspada e a carne sendo retirada e exportada para o Japão, para o Tio Sam, e para alguns países da Europa que ainda têm como comprar. Ferro e aço para manter um discutível progresso. Uma sociedade montada na economia predatória. Explica-se a greve da natureza!