Vivemos num mundo onde o medo manda, como diz Eduardo Galeano. Medo de comer e medo de não comer; medo do emprego e do desemprego; medo da polícia e do assaltante; medo de fazer e de não poder fazer ... o medo líquido, difuso, está presente em toda parte, como afirma Zygmunt Bauman.
Mas, se o que paralisava o Oriente era o medo (da morte, e da morte violenta), ao que parece este se esvai, aos poucos. O que paralisa o Ocidente é a apatia engendrada pela mídia, e esta também se evapora pouco a pouco, pela evidência crescente do fracasso do modelo de uma sociedade onde ninguém é feliz.
As mudanças virão. Não sem sofrimento, mas virão. Essa nova Idade Média que vivemos terá seu fim como a outra também teve e aí, quem sabe?, um novo Renascimento ?