Para falar de gente, de seres humanos, do bicho humano perfectível, apesar de tudo. Do Animal sapiens, mas a partir de agora do "Homo spiritualis", com sua fé e religiosidade muitas vezes confusa, gerando preconceitos, discriminações.

02
Jul 11
Uma breve reflexão sobre um tema oportuno !
www.recantodasletras.uol.com.br

ADMIRáVEL MUNDO NOVO - ALDOUS HUXLEY

                O ano era 1932. O mundo vivia um crescimento acelerado do capitalismo e um desenvolvimento tecnológico nunca visto antes. Foi em meio a essas transformações e evoluções que Aldous Huxley escreveu seu maior romance: "Admirável Mundo Novo". Com ele, Huxley viria a alertar sobre a manipulação inadequada das novas descobertas e no que isso poderia se tornar em um futuro próximo. Huxley descreve um Mundo em que todas as pessoas são criadas em laboratório, e cada uma já nasce com suas características pré-estabelecidas, correspondentes à cada classe existente. O sexo como forma de reprodução foi abolido e virou apenas uma diversão banal praticada até por crianças. O povo é condicionado a viver feliz através de drogas e tratamentos de manipulação das consciências.   O Governo é mundialmente soberano e proíbe qualquer forma de manifestação cultural. O importante deixou de ser o Homem ou Deus e passou a ser a manutenção do poder de uma elite individualista e gananciosa. O ano em que a estória se passa não é especificado, o que dá uma impressão de que isso pode acontecer a qualquer momento.   É o encontro entre os moradores desse "Admirável Mundo Novo" e um remanescente do "antigo mundo" (morador de uma reserva "indígena" da época) que inicia a reflexão do livro. Será que este conceito de felicidade é válido? Sentimentos diferentes como a consternação e aflição não formam a verdadeira essência do homem? Como restaurar uma sociedade onde os próprios subjugados estão contentes com sua situação? Em Admirável Mundo Novo o ser humano é apresentado como um animal que fala. Seus sentimentos são suprimidos e suas esperanças morrem antes de nascerem. Esse é o tipo de mundo futurista que nem o mais sádico dos homens almejaria para nossa raça.   Aldous Huxley usa nesse livro todo seu vanguardismo modernista e conduz a narrativa com destreza e sabedoria. Ele coloca o leitor dentro desse utópico futuro e faz uma crítica contundente ao indiscriminado e às vezes antiético uso da tecnologia e do poder que ela fornece.   Huxley deixa claro que as mentes podem ser facilmente manipuladas (coisa recorrente atualmente), e com isso alerta à sociedade sobre as drásticas conseqüências que tal ato pode ocasionar. Será que alguém vai querer viver nesse "Admirável Mundo Novo"?   Luís Cristóvão Publicado no Recanto das Letras em 15/05/2008
publicado por animalsapiens às 23:07

Rua Ramalhete”

 

Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim!!...

(Pétala – Djavan)

 

O passado não existe, exceto no calendário. Por alguma dessas razões misteriosas, músicas como essa do Djavan reaparecem em nossa memória, trazendo mais que uma época, todos os elementos afetivos e modos de ver o mundo daqueles tempos. Os tempos mudam, a visão da vida também, e também as músicas, com suas melodias, letras elaboradas ou não, arranjos suaves ou verdadeiros terremotos de sons estranhos e de ruídos que não despertam sentimentos nem comovem, apenas nos deixam entontecidos.

 

Djavan expressou o amor tal como ainda era entendido até os idos dos anos 1980, num romantismo que lembra o século dezenove: denso e intenso. De lá pra cá, os afetos se tornaram mais superficiais, ...vastos e profundos como um pires. Coisas de fim de semana, sem tempo ou memória, apenas curtição sem pegadas ou marcas no terreno interior. Ou será que as marcas ficam para reaparecer mais tarde?

 

Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes,
O amor anotado em bilhetes,
Daquelas tardes.

(Rua Ramalhete – Tavito)

 

Rua Ramalhete evoca tempos mais anteriores, mais ingênuos talvez. Tempos de primário e colegial, quando a criançada mal sabia do mundo que ia além do fim da sua própria cidade. Ainda se escreviam Diários, as meninas tinham mania de passar cadernos para os meninos escreverem alguma coisa como “lembrança” dos tempos de convívio. Jeito malicioso e também delicioso de capturar sentimentos ! Será que esses Diários e cadernos ainda existem?

 

Ramalhetes eram os pequenos buquês de flores colhidas a esmo e entregues às 'eleitas' que os colocavam entre as folhas dos cadernos. Por ali ficavam, ou ficaram, desidratados e mumificados, mas como registro material de tempos que não voltam mais. O amor juvenil era mais ingênuo do que o amor adulto, presumindo que haja realmente alguma diferença.

 

Os tempos são outros e o sentimento estético mudou, não necessariamente para melhor. Os ambientes escolares já não trazem aquele pequeno glamour, e a criançada vive hoje afundada em imagens e sons que não compreendem. Não têm tempo, condições ou orientações para entenderem os próprios sentimentos e enfrentarem as decepções e frustrações impostas pela vida.

 

Essas lembranças não significam que as décadas passadas foram melhores, mas certamente foram diferentes e, sim, melhores em outros aspectos, talvez na relação humana. Esta, sem dúvida deteriorou e – generalizando -, o gosto estético de nossos dias, representado pelo tipo de programas televisivos, músicas e filmes, literatura e esportes, tipos de conversas e modos de convívio, o demonstram com sobra de argumentos.

 

Outras mudanças virão. A vida é dinâmica e nada é para sempre. Fim da sessão nostalgia. Ponto!

 

 

publicado por animalsapiens às 22:49

SOBRE OS OUTROS ANIMAIS

 

Nesse dia o canário não cantou e o outro cãozinho mostrou-se triste.

 

Certa vez, em entrevista pela tv, o psicanalista Flávio Gikovate comentou que os animais de estimação são os caçulas da família. De fato. Num mundo onde a fragilidade das relações humanas se torna cada vez mais evidente (veja Amor Líquido, de Zygmunt Bauman, Jorge Zahar Ed.), eles – os outros animais – suprem nossas carências de companhia e necessidades de afeto.

 

A vida humana pode ser longa. Às vezes até longa demais, ultrapassando os 100 anos, enquanto que um cão, mesmo saudável, raramente passará dos 15 anos. Como a maioria dos animais do convivio humano, eles têm vida relativamente curta. Podem ter suas existências acompanhadas do nascimento à morte. Para as crianças, em muitos casos, tornam-se as primeiras demonstrações da finitude da existência, levantando questionamentos e dúvidas que os pais não sabem, não podem ou mesmo não querem explicar. Nós, ocidentais, ainda lidamos mal com a morte.

 

Ainda assim, a maioria das pessoas aprecia a companhia dos animais. Podem ser peixinhos de aquário, cães, gatos, pássaros, iguanas, cobras, ... uma imensa variedade possível dentro da biodiversidade terrena. É verdade também que existe um número imenso de pessoas que ainda não desenvolveu sensibilidade para entender as outras formas de vida. Gente que não consegue ver vida numa árvore, numa borboleta ou na própria Terra.

 

A sociedade se fragmenta, se desfaz como tecido velho. O diálogo se faz monólogo ou se acontece, acontece através de monossílabos ou virtualmente. A relação dos humanos com os outros animais se faz por gestos, afagos, olhares; dispensa protocolos ou medos, mesmo quando exige cuidados. Por isso os solitários procuram cada vez mais a companhia dos animais. Hoje, dificilmente um juiz determina o afastamento de pequenos animais nos edifícios de apartamentos ou condomínios. A solidão exige alternativas e tolerâncias, e muitos juristas compreendem essas novas situações na era do isolamento e do medo coletivo.

 

O medo do 'outro', o medo líquido, difuso, sem razão aparente. Medo do 'outro' pela ausência de regras de convivência. Regras que transformem os “outros” em seres previsíveis e razoavelmente confiáveis. Na ausência dessas regras, os outros animais se tornam mais importantes para suprir carências, necessidades e afetos. Por isso, quando morre um “animal de estimação”, morre algo dentro de nós. Por isso os outros animais silenciam. A morte sempre deixa um certo cheiro no ar.

 

publicado por animalsapiens às 22:30

GUERRILHA VIRTUAL PELA JUSTIÇA SOCIAL

 

Cada vez mais a internet se populariza. Nos Estados Unidos e no Irã, seus presidentes eleitos devem muito a esse meio de comunição tão rápido quanto cada vez mais acessível. Não por acaso um senador da Repúlica apresentou um projeto de lei que cuidaria da “segurança” na WEB. Os internautas se perguntaram: segurança para quem? E a grita geral fez com que o senador recuasse e desse explicações sobre seu projeto.

 

A verdade é que a velocidade com que as informações circulam, permite que mentiras sejam desmentidas quase que imediatamente. Falsas informações são corrigidas de imediato. Blogueiros mantêm temas candentes em debate. Redes virtuais e listas de debates formam grupos afins que debatem o que lhes aprouver, de futebol a política. Sim. A internet veio para ficar e tornou-se uma força a mais no jogo do poder. A política institucional, a economia, os oligopólios e Bancos já não podem manipular informações a seu bel prazer. Governos se curvam diante da pressão popular gerada por informações que circulam rapidamente pelo mundo virtual.

 

Sabendo que os tecnoburocratas jamais sairão de suas piscinas de papéis e carimbos, de prazos e controles via comissões disso e daquilo, convém à população informar-se sobre os meios já existentes sobre o quê e como fazer. Seria um bom meio de fazer algo mais do que simplesmente reclamar de tudo.

 

Existem sítios (“sites”) com vasto e interessante material para consulta gratuita. Vale a pena conhecer www.dhnet.org.br , www.outraspalavras.net , nas seções que interessam aos mortais comuns. Uma visita a www.arcoiris.tv pode trazer novidades aos interessados.

 

E para os que estão fartos dos meandros e complexidades constitucionais, dos muitos códigos, normas, procedimentos; de serem reféns dos caprichos de uns e outros, porque não aprender sobre a resistência pacífica e a desobediência civil?

 

Enfim, por que não adotar a Declaração Universal dos Direitos Humanos (reproduzida abaixo) como código pessoal, já que o Brasil é signatário desse documento? Talvez o escritor português José Saramago, prêmio Nobel de literatura, esteja certo: afastemos todas as constituições e unifiquemos nossas ações em torno dessa Declaração. É um texto claro em seus 30 artigos, objetivo e acessível a todo cidadão.

 

 

 

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (ONU)

 

CONSIDERANDO que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da familia humana e seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

CONSIDERANDO que o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade, e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade,


CONSIDERANDO ser essencial que os direitos do homem sejam protegidos pelo império da lei, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,



CONSIDERANDO ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,

CONSIDERANDO que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos do homem e da mulher, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, CONSIDERANDO que os Estados Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do homem e a observância desses direitos e liberdades, CONSIDERANDO que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama a presente "Declaração Universal dos Direitos do Homem" como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3
Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo o homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.
II) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituiam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques a sua honra e reputação. Todo o homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
II) Todo o homem tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 14
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16
I) Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, tem o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
II) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
III) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17
I) Todo o homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observâcia, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19
Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Artigo 20
I) Todo o homem tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
II) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
I) Todo o homem tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
II) Todo o homem tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
III) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo o homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indipensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Artigo 23
I) Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
II) Todo o homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
III) Todo o homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
IV) Todo o homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo 24
Todo o homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
I) Todo o homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e be
star, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à seguranca em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda de meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
II) A maternidade e a infância tem direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnic
rofissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27
I) Todo o homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de fruir de seus benefícios.
II) Todo o homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo o homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
I) Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
II) No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
III) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.

 

Fonte: www.dhnet.org.br

publicado por animalsapiens às 22:26

Kit 'boas maneiras'

 

Em tempos de kits rejeitados, criticados, discriminados etc., ainda existe um kit indispensável para o bem-viver e conviver, e que anda aparentemente fora de moda, ou pelo menos fora do circuito dos debates sobre temas relevantes. O kit boas maneiras nunca saiu de moda, ao contrário do que se pensa. No passado tinha um nome mais pomposo: etiqueta.

 

Tempos atrás, o filósofo Renato Janine Ribeiro chamou nossa atenção para as boas maneiras como meio e modo de conviver em favor da redução dos conflitos. Aqueles simples 'obrigado', 'com licença', 'por favor' e 'desculpe', ensinados no pré-escolar fazem verdadeiros milagres na convivência humana, cada vez mais estressante. Mas essas 'palavrinhas mágicas' estão, sim, esquecidas, fora de uso por parte da maioria.

 

O resultado é a agressividade que se transforma em violência por um esbarrão qualquer, um erro honesto, um equívoco natural, proveniente do cansaço, da pressa, da pressão, do estresse ou de qualquer outra coisa. Nem mesmo o direito elementar do contraditório, da explicação, do pedido de desculpas existe mais.

 

Estamos perdendo rapidamente a capacidade maior que nos diferencia dos outros animais: a capacidade de falar, de dialogar. Levamos milênios para desenvolver a linguagem articulada e ainda fazemos mal uso dela, apesar dos dispositivos eletrônicos que poderiam, e deveriam, facilitar a interação humana, com a correspondente redução das preocupações e das motivações de conflitos e confrontos.

 

Estamos caminhando aceleradamente para a barbárie, para a descivilização, para a vida antissocial, tornando as cidades - que deveriam ser ambientes de convivência e proteção -, em ambientes de conflitos e rivalidades. A insegurança torna-se habitual e a desconfiança já faz parte do kit dos relacionamentos afetivos, profissionais, familiares e sociais.

 

Intimamente o ser humano sente falta do básico para uma existência razoável: o sentimento de segurança e proteção; os sentimentos de estabilidade e ordem mínimos para que se possa viver sem sofrer demasiadamente, andam ausentes há tempos. Como ensina o sociólogo Zygmunt Bauman, em Tempos líquidos (Jorge Zahar Ed. 2007), tudo está muito fluido, passageiro, instável, volátil.

 

Sem o kit da convivência estamos condenados a autodestruição, seja pelas guerras, pelas doenças, pelo suicídio lento derivado de uma existência tóxica, seja pela morte gradual dos sentimentos mais nobres, dos valores mais caros e custosamente desenvolvidos ao longo dos séculos.

 

publicado por animalsapiens às 22:23

Fim do “politicamente correto”

 

O estratagema da marginalização consiste num esforço sistemático para afastar a preocupação com a eternidade (e, de fato, com a duração em si) da consciência humana e despi-la de seus poderes de dominar, moldar e definir o curso da existência individual.”

(Zygmunt Bauman, Medo Líquido, Jorge Zahar Editor/2006)

 

O fim da “guerra fria”, isto é, a queda da antiga URSS e do muro de Berlim no final dos anos 1980, deu início a uma crença infundada na vitória definitiva do capitalismo em sua versão neoliberal, e a um delírio coletivo que durou pouco mais de doze anos, até que o atentado às torres em Nova York forçou os delirantes a porem novamente os pés no chão.

 

Junto com as torres caíram as relações de confiança, muitos valores familiares, políticos e sociais que já vinham se fragmentando, pondo a sociedade em processo de descivilização, demonstrada pela explosão de violência e caos, além da implosão de princípios fundamentais e indispensáveis para qualquer sociedade que se pretenda democrática: a liberdade e a justiça.

 

Para pôr a realidade nua e crua fora do alcance, da visão e do entendimento do cidadão comum, apareceu uma linguagem carregada de eufemismos que passou a ser tida como “politicamente correta”; no Brasil conhecida como o dialeto “tucanês”.

 

Portador de necessidades especiais, e não mais deficiente físico ou mental. Importador ilegal no lugar de contrabandista. “O senhor está faltando com a verdade” no lugar de “você está mentindo”. Desinteligência no lugar de burrice.

 

O ideário neoliberal engendrou as maquiagens que fascinaram muita gente lá nos idos de 1990. Reengenharia, Qualidade Total, Empreendedorismo. Colaborador em vez de empregado ou funcionário. O escritor português José Saramago denunciou a malícia no seu Ensaio sobre a cegueira. De repente ficamos quase todos cegos, ofuscados ou deslumbrados com as promessas pós guerra fria.

 

A verdade, porém, foi bem outra. Uma nova forma de imperialismo, o nascimento dos novos nacionalismos, do neofascismo, dos fundamentalismos religiosos em oposição ao fundamentalismo econômico, a explosão da violência, o enfraquecimento do Estado, a implosão da sociedade.

 

A invasão do Iraque, a guerra da Bósnia, os conflitos na África, as recorrentes guerras no Oriente Médio. Tudo isso e muito mais explicado pelo maior dos eufemismos neoliberais: a “guerra preventiva” e as “incursões defensivas”.

 

O número de pobres (“classes de baixa renda”, em tucanês) aumentou. As vítimas civis das guerras (“baixas colaterais”) aumentam em proporção geométrica diante da potência destrutiva dos bombardeios. Os campos de refugiados também aumentam (são os sem teto, sem terra, sem saúde, sem educação, sem escolha, sem futuro, na América Latina).

 

Em resumo: o empobrecimento da vida artística, espiritual e intelectual. A precarização do bom e do belo. A ideologia do consumo-aqui/agora apresentada como saída de uma crise que, ao final das contas é pedagógica e necessária, é outro grande engodo. A Terra já não suporta a degradação e a humanidade pode pagar um alto preço por essa irresponsabilidade com o meio ambiente.

 

A “defasagem moral” é gritante. Evoluímos muito em ciência e tecnologia, mas sem o tempero da sabedoria e da moderação. Mudar as palavras, seus significados, não mudam a dura realidade. Eufemismos apenas disfarçam temporariamente a situação. Uma linguagem “politicamente correta” pode até ser agradável de ouvir, mas não enche barriga, não traz paz, não esclarece nem educa, não reduz homicídios e suicídios, não acalma a natureza.

 

publicado por animalsapiens às 22:20

CUIDADO COM OS EXCESSOS!

 

 

Nem tecnofobia, nem tecnofilia ! Vivemos tempos de excessos. Uma inflação de imagens e sons, de tecnologia e de informações, deixa o mundo opaco a tal ponto que fica difícil selecionar e processar o volume de variáveis disponíveis. O resultado mais comum é que esbarramos mesmo nas decisões mais simples. Sorvete de creme ou de morango? - Não sei; qual deles tem mais açúcar? … é que estou de regime e o número de calorias que posso consumir por dia não pode ultrapassar … José Saramago está certo em seu Ensaio sobre a cegueira.

 

O mundo tornou-se mais sofisticado e mais triste. Muita tecnologia e informações nem sempre bem selecionadas e analisadas, confundem, complicam a vida, dificultam as decisões e comprometem os relacionamentos. Orkut, Messenger, redes sociais, e-mail, skype … o mundo conectado em tempo real; estamos sempre online com o universo virtual mais real que o real. Pelo celular conversamos com quem está no norte do mundo, mas não com quem está ao nosso lado. Se a internet para nosso coração também para.

 

Certa vez pude observar um grupo de jovens em volta de uma mesa de lanchonete, cada um falando ao seu celular, um carro com som automotivo em volume exagerado, e me perguntei: por que se reuníram se queriam estar separados? A pergunta pode ser simplória, … ou não !

 

Esses novos tempos exigem capacidade de selecionar o que é relevante, pertinente, duradouro. Separar o superficial, o lixo eletrônico e informativo, do que é importante para as decisões do dia a dia. Tomamos decisões com base nas informações que dispomos, e se estas não forem adequadas, bem selecionadas e fidedígnas, a decisão ou escolha certamente será equivocada.

 

Tempos de excessos. Estamos sempre correndo atrás da última tecnologia de informação, da última moda, da última técnica de emagrecimento, tentando impedir o envelhecimento (como se isso fosse possível!), procurando manter o corpo em forma (bastaria ser saudável!). Corremos atrás da felicidade absoluta impossível, do corpo perfeito, da beleza completa, da riqueza inalcançável, do político honesto, do Governo justo. Corremos dos nossos medos e incertezas, mergulhados na bebida, nos jogos ou nas drogas lícitas ou ilícitas, tentando escapar da existência tóxica e da angústia existencial.

 

Parece que, afinal, a solução será simplificar a vida, sem a necessidade de abandonar as coisas boas e a tecnologia disponível. Porém, usando-as sem sermos usados por elas. Mas não é fácil escapar do delírio do consumo e da correria atrás das luzes que ofuscam nossos próprios desejos. A propósito, quais seriam eles?

publicado por animalsapiens às 22:17

Pode parecer trivial, mas dizer que é apenas 'mais um dia' vai muito além disso.

publicado por animalsapiens às 19:14

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